Acampados há cinco dias no Palácio das Mangabeiras, professores aguardam resposta do governo

Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
Publicado em 03/09/2013 às 10:03.Atualizado em 20/11/2021 às 21:35.

Há cinco dias acampados na porta do Palácio das Mangabeiras, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, os professores da rede estadual de ensino continuam aguardando uma posição do governo de Minas sobre as reivindicações apresentadas por eles.

Os educadores montaram cerca de dez barracas em frente a residência oficial do governador Antonio Anastasia na última sexta-feira (29).

Eles protestam pelo descongelamento da carreira,  pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional e negociação da pauta de reivindicações, conforme representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE).

Segundo a diretora estadual do Sind-UTE, Denise Romano, o acampamento também tem um caráter de denúncia. “O governo de Minas não investiu os 25% diretamente na educação, o que é inconstitucional. Fizemos as contas e verificamos que o governo deixou de investir R$ 8 milhões na área”, afirmou.

Denise alerta ainda que há um déficit de um milhão de vagas no ensino médio em Minas Gerais. “Se todos os jovens em idade escolar estivessem cursando o ensino médio não haveria vagas para todos. As escolas estão sucateadas e os professores doentes e empobrecidos”, contou a diretora.

A categoria cobra ainda o cumprimento do acordo firmado em 2011, quando os professores fizeram a maior greve da história do Estado, que durou 112 dias.

Como a categoria não está em greve, os professores têm feito um revezamento para manter a ocupação do acampamento. “Ontem tivemos gente de Unaí, Sete Lagoas e outras regiões do Estado. Hoje o pessoal de Betim deve vir para cá. É uma mobilização estadual”, explica Denise.

De acordo com a diretora, os educadores têm ingressado no manifesto antes e depois do período de aulas. "Alguns têm trazido provas para corrigir aqui, outros bordam, fazem algum artesanato", contou.

A partir de quarta-feira (4), atividades recreativas e educacionais devem ser  organizadas pelo Sind-UTE para os professores que participarem do acampamento. Durante o fim de semana, os educadores contaram com a presença da vice-presidente da Internacional de Educação, Fátima Silva.

O grupo discutiu sobre os rumos da educação no Brasil e na América Latina e sobre a obra do escritor Paulo Freire.

Veja o vídeo produzido pelo Sind-UTE sobre o acampamento:

 


Procurado pela reportagem do Hoje em Dia, o governo de Minas informou que deve encaminhar uma nota sobre o acampamento, mas até a publicação desta matéria o texto não havia sido recebido.

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