Acervo da PM exposto em parque privado terá que ser transferido de local

Celso Martins - Hoje em Dia
Publicado em 08/05/2013 às 20:14.Atualizado em 21/11/2021 às 03:31.

Fardas, armas, capacetes e uma moto que já foram usadas pela Polícia Militar terão que ser retiradas de um parque privado de Poços de Caldas, no Sul de Minas. O uso deste acervo foi tema de uma audiência pública na Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (8).

O motivo é que o parque cobra R$ 20 por pessoa pelo acesso às dependências e uso dos atrativos. Pelo fato do acervo ser de uma instituição pública, não pode ficar exposto para fins lucrativos, segundo parecer do Ministério Público.
 
A audiência pública foi convocada pelo deputado cabo Júlio (PMDB) após receber denúncia de que parte do acervo histórico da Polícia Militar está em péssimas condições na Academia de Polícia Militar, no bairro Prado, Oeste de Belo Horizonte. 
 
A diretora de Educação Escolar e Assistência Social da PM, coronel Rosângela de Freitas, explicou durante a audiência que o museu só não está aberto ao público por falta de recursos e de mão-de-obra, já que os bens precisam ser trabalhados na preservação e restauração.
 
Sobre as peças disponíveis no  parque, a coronel disse que os bens não foram recolhidos por falta de condições da PM de realizar o local adequado para o armazenamento. Ela informou, ainda, que aproximadamente 900 mil pessoas, no período de 2001 até 2013, visitaram o parque e tiveram a oportunidade de conhecer o museu. “Não temos nenhum custo para manter esse bem em exposição. Entendemos que é uma forma de divulgação do trabalho da Polícia Militar”, disse. 
 
“São bens públicos que estão em exposição em um parque privado, e há cobranças de ingressos. Além disso, essa transferência foi feita de forma irregular, sem nenhum termo ou parecer jurídico que normatize a situação. Isso é ilegal, além do que se alguma peça for perdida, danificada ou furtada, o Estado não terá como intervir, por falta de uma documentação que comprove o empréstimo”, defendeu o deputado.
 
No mesmo parque estão expostas materiais usados pelo Corpo de Bombeiros, comprados em leilões. A única irregularidade é um brasão da instituição em um Fusca. Por se tratar de um símbolo oficial da instituição, terá que ser retirado, conforme compromisso firmado pelo Corpo de Bombeiros com os representantes da Comissão de Cultura.
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