Pela terceira vez, a defesa do fazendeiro Adriano Chafik Luedy conseguiu adiar o julgamento dos envolvidos na "Chacina de Felisburgo", no Vale do Jequitinhonha, que ocorreu em 2004. No entanto, a manobra pode ter "saído pela culatra" já que a Justiça decretou a prisão preventiva de Luedy e dos outros três acusados, Francisco Rodrigues, Milton Francisco de Souza e Washington da Silva, sendo que esse último não compareceu ao Fórum Lafayette nesta quarta-feira (21) e já é considerado foragido. Com o adiamento, uma nova sessão foi marcada para o dia 10 de outubro deste ano, às 8h30. A informação foi divulgada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Segundo o TJMG, a sessão estava prevista para começar às 8h30 desta quarta, mas teve início às 10h28. Logo no início, o advogado de Luedy, Sérgio Habib, solicitou que o julgamento ocorresse outro dia, por estar com a saúde debilitada. Em seguida, foi dada a palavra para o representante do Ministério Público, o promotor Christiano Gomes que pediu a prisão preventiva dos réus. Gomes alegou que "os pedidos de adiamentos tratam-se de manobras processuais".
Em contrapartida, a defesa de Luedy constetou e afirmou que o acusado estava respondendo a todas intimações solicitadas pela Justiça e que dessa forma não existiria justa causa para expedição de um mandado de prisão. O advogado Lúcio Adolfo, que fez a defesa do goleiro Bruno Fernandes e agora defende o fazendeiro, reforçou os argumentos e disse que não há fatos novos a sustentar o pedido de prisão. Todas as testemunhas foram ouvidas por carta precatória.
Por fim, o juiz do 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, Glauco Eduardo Soares Fernandes, decidiu remarcar o julgamento sob a justificativa de que "é inequívoca a impossibilidade de se realizar o júri na data de hoje já que estaria lesionada a plenitude de defesa". Além disso, Fernandes aceitou o pedido de prisão preventiva, comemorado pelos integrantes do MST, pois "diante das tentativas de adiar o julgamento, é cabível a prisão preventiva dos quatro réus".
Eles são acusados de homicídio qualificado, tentativa de homicídio e incêndio. O fazendeiro responde ainda por formação de quadrilha. As penas podem chegar até 30 anos de prisão. Um quinto réu, Admilson Rodrigues Lima, morreu no decorrer do processo.
Chacina de Felisburgo