Cerca de mil estudantes de Belo Horizonte e Jaboticatubas resgatam a tradição de se comunicar por meio de cartas. Eles trocaram correspondências ao longo de seis meses e ontem se reuniram para um primeiro encontro ao vivo. Ele se deu durante a 16ª edição do tradicional Intercâmbio Cultural BH – Jabó, realizado anualmente.

Ilma Pereira, uma das coordenadoras do evento, destacou o caráter relevante do projeto por incentivar os alunos a escrever e resgatar a escrita, esquecida na era da informática.

“Fazemos um acordo com os estudantes para que eles não troquem e-mails, telefones nem fotos. Apesar da curiosidade natural, eles fazem conforme o combinado, por isso ficam ansiosos quando vão se encontrar”, informa ela.

Resultados Positivos

Segundo Ana Maria Pereira de Siqueira, outra coordenadora do Intercâmbio BH-Jabó, ao longo do ano os alunos melhoram a escrita, o comportamento e a comunicação. “Eles ficam mais responsáveis em todos os sentidos, mas o principal é a melhora na produção de texto e a elevação da autoestima”, observa.
Conforme ainda Ana Maria, houve redução da evasão escolar depois do início do intercâmbio. “As desistências diminuiram e o interesse em permanecer na escola aumentou bastante”.

Encontros

A estudante do 9º ano, Letícia dos Santos Ferreira, 14 anos, se correspondia com Guilherme Henrique Barbosa Silva, da mesma idade. Antes do intercâmbio, ela nunca havia escrito uma carta nos moldes antigos. “Fiquei pensando no que escrever e especialmente na expectativa de receber uma carta. Estava nervosa antes do encontro, mas quando o conheci foi tranquilo, porque, de certa forma, nós nos conhecíamos”, disse.

Por sua vez, Guilherme descobriu uma série de afinidades antes do encontro. “Gostamos das mesmas coisas, por isso deu um frio na barriga antes de conhecê-la. Continuaremos a amizade com certeza”, afirmou.  

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