"As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras". Citando o filósofo Nietzsche, a advogada Carla Silene, que defende Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes de Souza, no julgamento sobre o assassinato de Eliza Samudio, começou a defesa de sua cliente. Às 16h15 ela cumprimentou a juíza Marixa Fabiane Rodrigues, que preside o julgamento, e elogiou o atuação do promotor Henry Wagner Vasconcelos. Logo depois, a defensora falou para os jurados que no Direito é preciso ter provas para condenar uma pessoa, mas a Polícia Civil e o Ministério Público não conseguiram provar que Fernanda participou do sumiço de Eliza. Segundo a advogada, ninguém conseguiu provar que ex-namorada do goleiro sequestrou e manteve a modelo em cárcere privado. "Esse enredo é fantasioso, nem Glória Perez assinaria esse roteiro", disse Carla Silene sobre desaparecimento de Eliza. "Não há lógica de uma namorada de poucos meses (Fernanda) se associar à ex-mulher (Dayanne) para matar a ex-amante (Eliza) e deixar o caminho livre para a noiva (Ingrid)", argumentou a advogada sobre as mulheres do goleiro Bruno. A defensora continuou sua fala alegando que várias testemunhas foram ouvidas durante todo o processo de investigação do assassinato de Eliza, mas que nenhuma delas citou o nome de Fernanda. Além disso, ela disse que como o promotor não conseguiu comprovar a participação de sua cliente no crime, ele optou por pedir a condenação dela pelos crimes de sequestro e cárcere privado. Para tentar convencer os jurados de que sua cliente é inocente, Carla Silene citou um relatório do Conselho Nacional do Ministério Público que aponta que "Minas possui a pior polícia investigativa de homicídio do Brasil".
Ao final de seus argumentos, às 17 horas, ela pediu a absolvição de sua cliente nos crimes de cárcere privado. "Que os jurados sejam iluminados por Deus em suas decisões", concluiu.