Jucélia Braz, advogada da delegada da Polícia Civil que teve a residência cercada por colegas da instituição nesta terça-feira (21), disse que o disparo contra os policiais foi acidental, e que a servidora está em tratamento contra depressão. Os agentes estão na porta do apartamento da delegada em um condomínio no bairro Ouro Preto, na região da Pampulha, há mais de 24 horas, e tentam “negociar” a saída dela em segurança. A servidora denuncia assédio na instituição.

“O que eu quero deixar bem claro é que ela não está colocando a vida de ninguém em risco, ela não ameaçou ninguém em momento algum, nem a própria vida. O que aconteceu foi um disparo acidental”, afirmou a advogada.

À imprensa, a advogada explicou que a delegada teve uma sentença favorável a um pedido de transferência e que o fato foi mal interpretado. Ainda de acordo com a profissional, a história “é longa e não começou agora”. 

“Vamos entender esse momento, ela está em um momento frágil. Ela está em um processo de depressão. Infelizmente é de conhecimento de todos o assédio moral que a maioria dos policiais, principalmente as mulheres, sofrem dentro da Polícia Civil. Ela está com medo de sair, ela quer se resguardar. (...) Mas ela está tranquila agora. Vamos tomar algumas providências para tentar acalmá-la e tirá-la lá de dentro o mais rápido possível”. 

A advogada revelou também que a cliente está insegura e se assustou quando encontrou policiais armados na porta de seu apartamento, sem qualquer autorização. 

Entenda

O caso começou às 9h de terça (21), quando policiais chegaram ao endereço da delegada e subiram as escadas do condomínio equipados com escudos de proteção. Após o primeiro contato, teria tido um início de discussão e disparos foram ouvidos. Nenhum policial se feriu. Desde então, a delegada está se trancou no apartamento, chegou a fazer lives numa rede social, mas ainda não saiu da residência. Ela chegou a conversar com a mãe, entretanto, preferiu aguardar a advogada.

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