Advogada: Eliza Samudio era uma "maria chuteira" teimosa, mas inocente

Milson Veloso e Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
26/04/2013 às 12:11.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:11

(Hoje em Dia)

A sequência com a leitura dos depoimentos sobre a morte da ex-modelo Eliza Samudio, que acontece nesta sexta-feira (26) no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande BH, trouxe à tona alguns detalhes sobre a vida da vítima. Este é o quinto dia de julgamento do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", acusado de ter matado e escondido o corpo da vítima, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes.

Uma das peças apresentadas foi da advogada de Eliza, Anie Ferreira da Silva Farah. Segundo as informações do documento, a vítima prestou queixa contra o atleta com pedido de pensão alimentícia e de paternidade do filho, quando estava grávida de tês meses. Na época, a modelo contou que ele teria a obrigado a tomar remédio para abortar.

Anie Ferreira afirmou que sua cliente sempre era amorosa com o menino e não acredita que a jovem fugiria sem o filho. A advogada chegou a citar que Eliza Samudio era do tipo "Maria Chuteira" e parecia ter uma admiração muito grande pelo jogador. Segundo ela, Eliza cresceu admirando jogadores de futebol e, embora nunca tivesse dito que frequentava festas com jogadores, soube desse hábito da modelo ao ver vídeos no YouTube.


O depoimento

Durante o depoimento da advogada de Eliza Samudio, houve um embate sobre os impedimentos da jurista, que poderia ter comprometido o sigilo profissional da vítima. Anie Ferreira revelou conversar, inicialmente, apenas por telefone ou e-mail com ela. O primeiro contato foi em 15 de agosto de 2009. Eliza contou a ela que teriam dificuldades devido à distância do escritório de Anie, em Porto Alegre. Segundo ela, Eliza passou a ser atendida por outro escritório, responsável por intermediar o trabalho da advogada.

A cliente contou à defensora que sempre ligava para Bruno pedindo dinheiro. Grávida, a modelo contou ter sido sequestrada pelo goleiro e que lá ele teria a obrigado a tomar vários remédios abortivos. A advogada Anie, então, orientou a modelo a deixar o Rio de Janeiro por uma questão de segurança. Foi aí que Eliza se mudou para São Paulo. Após o nascimento do bebê, o atleta teria chamado a mãe da criança para ir até o Rio para ele conhecer o filho.

A advogada orientava sempre a modelo a não encontrar com o jogador, mas ela não a obedecia. Eliza mandava mensagens para a defensora dizendo todos os passos do ex-amante. "Bruno pegou a criança no colo", "Bruno pediu para mandar fotos do filho", citou. Quando a vítima foi para o Rio de Janeiro, ela avisou a advogada que elequeria fazer o exame de DNA e iria dar a ela um apartamento para morar em Belo Horizonte. Segundo Eliza, isso seria bom para o filho, que cresceria ao lado da família do pai, dos avós dele. Ansiosa, ela sempre pedia à advogada para apressar o processo que exigia a realização do exame e chegava a incomodá-la.

De acordo com o depoimento de Anie Ferreira, em outro momento, a modelo mandou uma mensagem para ela dizendo: "Se acontecer algo comigo, já sabe quem foi". Após o dia 4 de junho de 2010, a jurista não teve mais contato com a modelo. Anie contou que ligou diversas vezes, mas o celular só dava caixa postal. A defensora contou ter conseguido contato com uma colega que dividia o apartamento com a vítima, chamada "Viviane", no dia 26 de junho. A mulher contou que Eliza estava desaparecida. Então, a advogada mostrou preocupação com a criança, mas Viviane explicou que Bruninho estava em um abrigo.

Segundo a advogada, sua cliente não tinha uma residência fixa, o que foi um problema durante algum tempo, já que era preciso o endereço para constar no processo. Foi então que Eliza passou a morar em um hotel e tinha a hospedagem bancada pelo goleiro. Quando ele parou de pagar a hospedagem, Eliza foi morar com amigas.

A defensora também afirmou, no depoimento, perceber certa "inocência" por parte da modelo, que sempre "ria ao telefone" quando era alertada pela defensora.

Veja todas as informações sobre a leitura das peças e acompanhe o julgamento de "Bola" ao vivo.

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