O advogado Leonardo Diniz, que defende Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão" no julgamento sobre a morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno começou, às 14h05 desta sexta-feira (23), a fazer a defesa de seu cliente perante os sete jurados. Ele terá duas horas e meia para tentar convencer o júri que "Macarrão" deve receber uma pena mais branda dos crimes pelos quais responde, já que na madrugada da última quinta-feira (22), o réu confessou que "participou em parte" do sumiço de Eliza. O defensor começou sua fala relatando que "Macarrão" sempre sonhou em ser um jogador de futebol e atuar na posição de goleiro. Segundo o defensor, seu cliente conheceu Bruno Fernandes de Souza ainda criança, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde compartilharam o sonho de atuar nos gramados. Leonardo Diniz continuou dizendo que Bruno e Macarrão jogavam juntos nos campos do município onde moravam. Até que um dia, conforme o defensor, Bruno desistiu de seu sonho. Neste momento, seu fiel amigo "Macarrão" o incentivou a não desistir de ser um jogador de futebol. "Macarrão", conforme relato do advogado, chegou a ser contratado por um time de futebol, mas sua carreira não deu certo e ele retornou para Minas Gerais, onde foi trabalhar na Central de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa), como empurrador de carrinhos. Já seu amigo Bruno deslanchou na carreira e foi contratado pelo Atlético, em seguida pelo Corinthians e, por fim, pelo Flamengo. Como conseguiu vencer na vida, "Macarrão" começou a idolatrar o amigo, disse o advogado. Aos jurados, Leonardo Diniz disse que "Macarrão" tentou convencer o goleiro Bruno a reconhecer o filho que ele teve com Eliza Samudio, e, inclusive, foi seu cliente quem levou o atleta para conhecer a criança.
O advogado disse que ainda Bruno usou de sua influência sobre o amigo para convencer "Macarrão" a levar Eliza Samudio "para a morte". Ele questionou ainda o trabalho feito pelo promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro. Além disso, o defensor disse que a descrição do suposto assassino de Eliza, que "Macarrão" disse em juízo não ter visto quem era, não bate com o acusado apontado pelo Ministério Público como o assassino, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
Leonardo Diniz continuou suas críticas à atuação dos responsáveis pela investigação do desaparecimento de Eliza Samudio. Ele disse que o delegado Edson Moreira produziu provas do crime. Segundo o defensor, o delegado teria modificado o relatório das ligações entre os envolvidos no suposto crime. O defensor de Macarrão continuou suas exposições e assegurou aos jurados que a Polícia Civil não conseguiu, até hoje, comprovar que Eliza Samudio foi realmente assassinada. Por fim, ele pediu a absolvição de seu cliente dos crimes de sequestro e ocultação de cadáver.