A entrevista exclusiva concedida pelo goleiro Bruno ao Hoje em Dia provocou reações diferentes, principalmente em quem participou de maneira direta do emblemático caso que teve repercussão mundial.
Uma dessas pessoas é o delegado Edson Moreira, hoje vereador em Belo Horizonte. Ele coordenou as investigações e presidiu o inquérito que concluiu que Eliza Samudio havia sido sequestrada e morta a mando do jogador.
Durante a entrevista, que ocorreu na última sexta-feira na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem (Grande BH), Bruno falou abertamente sobre vários assuntos, como o assassinato da ex-amante, família, amigos, a vida na cadeia e os planos para o futuro.
Porém, quando questionado sobre o trabalho realizado pela Polícia Civil de Minas Gerais, em especial a participação do delegado Edson Moreira, o goleiro foi impedido pelos advogados de responder às perguntas. Se limitou a declarar “que o delegado era um profissional competente”.
Denúncias
No entanto, durante a fase investigativa do caso, Bruno denunciou à Justiça que o delegado teria pedido R$ 2 milhões para livrá-lo do indiciamento, fato que nunca foi comprovado. Além disso, afirmou que as investigações teriam acontecido em tempo recorde e que teria sido torturado para confirmar o crime.
Procurado pelo Hoje em Dia para repercutir a entrevista do goleiro, Edson Moreira afirmou que fez “o que tinha que ser feito”, dentro da lei. “Trabalhei corretamente, como sempre fiz em minha carreira”, disse o delegado, em referência à declaração do goleiro, que o considerou “competente”.
Sobre o fato de Bruno ter confirmado que sabia desde o início das investigações que Eliza estava morta, mas que não tinha confessado para proteger o amigo e braço-direito Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, Moreira considerou a afirmação infundada.
“Não acredito nessa hipótese. Na verdade, todos estavam orientados pelos advogados de defesa a não falar”.
O advogado Ércio Quaresma também foi figura de destaque no caso. Hoje ele representa os interesses do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato e pela ocultação do cadáver de Eliza. Mas defendeu outros envolvidos, dentre eles o goleiro Bruno. Durante a exclusiva, sem citar nomes, o detento deixou claro que foi “mal orientado” no início do processo.
Quaresma disse apenas que, enquanto esteve à frente da defesa de Bruno, só pediu para que o cliente não falasse nada até que ele conhecesse todo o processo. “Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, por exemplo, quando convocado pela Comissão de Direitos Humanos, Bruno falou livremente, sem ser pressionado”, rebateu.
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