Água da Pampulha atinge meta de despoluição, mas ainda há restrições

Bruno Moreno
bmoreno@hojeemdia.com.br
22/03/2017 às 19:59.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:50

Apesar de anunciar que a água da Lagoa da Pampulha já atingiu a classificação de nível três, o que permitiria, entre outros usos, esportes náuticos e a pesca amadora, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) orienta à população a manter as atuais restrições ao espelho d’água. Mesmo com a diminuição de algas e do mau cheiro, quem frequenta o local ainda tem receio de algum tipo de contaminação e não se arrisca a se banhar por lá.

Agora, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente irá fazer um estudo sobre as atividades que, de fato, podem ser realizadas na lagoa. Não há prazo para o levantamento ser feito.
“Recomendamos que se aguarde um pouco para pescar. É preciso que haja um plano de manejo, com horários de utilização, quantos e qual tamanho dos barcos. Se não disciplinar, vira água de ninguém. É preciso ter o mínimo de ordenamento, e isso será feito a seu tempo”, explicou Ricardo Aroeira, gerente de Gestão de Águas Urbanas, da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura.

edreiro e pescador amador)

Ele afirma que ainda serão feitos testes nos peixes para verificar se há contaminação. “A recomendação é que não se pesque para o consumo. Vamos investigar a qualidade do pescado e em que condições a pesca amadora pode ser feita”.

Professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da UFMG, Márcio Benedito Batista diz ser difícil garantir que toda a lagoa esteja na Classe 3. “A Pampulha é muito grande, 18 milhões de m³. A PBH não pode garantir a qualidade em todo o perímetro. Uma coisa é globalmente estar numa classe, mas não é possível garantir que esteja em todo o perímetro”.

Ricardo Aroeira enfatizou ser possível haver uma variação na qualidade das águas da lagoa em função, por exemplo, de épocas de seca ou se chuva extrema.Wesley Rodrigues / N/A“A impressão é muito boa, mas eu tenho medo de entrar na água. Já visitei Belo Horizonte outras vezes e vim aqui na Pampulha. Acho que melhorou” (Stefan Guttmann, de 47 anos, médico austríaco que trabalha no programa Mais Médicos no Rio de Janeiro. Ontem, ele levou o colega alemão Maik Weitgruber para conhecer a Pampulha e o Mineirão)

 Resultados

A conclusão da primeira etapa dos serviços de recuperação da lagoa foram apresentados ontem. O projeto gira em torno de R$ 30 milhões.

Iniciado em março de 2016, o trabalho tinha como objetivo reduzir as concentrações de cinco elementos que poluíam a lagoa: fósforo, clorofila-A, cianobactérias, coliformes fecais e a demanda bioquímica de oxigênio (DBO).

Para alcançar as metas, foram utilizados dois produtos químicos, que continuarão a ser despejados na lagoa até o fim deste ano.

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