Caso Lorenza

André de Pinho nega assassinato e diz que vida da esposa era uma 'guerra'

Da Redação*
portal@hojeemdia.com.br
17/12/2022 às 09:26.
Atualizado em 17/12/2022 às 09:50
Última audiência de instrução e julgamento foi realizado na Tribunal Pleno do TJMG (Cecília Pederzoli / TJMG)

Última audiência de instrução e julgamento foi realizado na Tribunal Pleno do TJMG (Cecília Pederzoli / TJMG)

O promotor de Justiça André Luís Garcia de Pinho, acusado de ter assassinado a esposa Lorenza Maria de Pinho, de 41 anos, foi ouvido na sexta-feira (16) durante audiência de instrução no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Durante o depoimento, questionado pelo desembargador sobre as acusações de que ele matou a mulher, o promotor negou o crime."Em hipótese alguma", disse em voz alta.

Após isso, ele levantou dúvidas quanto ao trabalho investigativo do caso e, disse que Lorenza morreu por autointoxicação. "A vida da Lorenza era uma guerra, e em uma guerra, a gente não deixa para trás alguém que está ferido", disse André de Pinho.

Após quase cinco horas de interrogatório, a audiência foi encerrada pelo desembargador Wanderley Paiva. A partir de 9 de janeiro, a acusação tem prazo de 15 dias para considerações finais. Em seguida, abre-se prazo, também de 15 dias, para o advogado Tiago Souza de Resende, pela acusação, e, sucessivamente, outros 15 dias para a defesa. 

Próxima fase

O interrogatório do réu é o último ato da fase de instrução. Após isso, há prazo para novas diligências e considerações finais, se forem consideradas necessárias pelo relator do processo, desembargador Wanderley Paiva. Não há prazo para redação do relatório final e voto, que deverão ser apresentados pelo relator no Órgão Especial do TJMG. A expectativa é que a audiência seja concluída próximo ao Carnaval.

Audiência

O relator do processo, desembargador Wanderley Paiva, escutou os depoimentos de duas testemunhas, médicos peritos do Instituto Médico Legal (IML) e, logo após, realizou o interrogatório do réu. Todos os depoimentos foram acompanhados por amigos e familiares da vítima e de André.

A audiência foi realizada no auditório do Tribunal Pleno do TJMG. Em dois dias, quinta-feira (15) e sexta (16), foram ouvidas sete testemunhas, além do réu. A audiência foi retomada no dia 15 após ser suspensa por quatro meses para a apresentação de novas evidências pela perícia.

Na sexta estavam presentes o procurador André Ubaldino e o advogado Tiago Souza de Resende, pela parte da acusação, e os advogados de defesa Chrystian Rabelo Goyas, Rodolfo Correa, Pedro Henrique Pinto Saraiva e Bruna Caroline Custódio Costa. 

Relembre o caso

Lorenza morreu no dia 2 de abril, no apartamento onde morava, no bairro Buritis, região Oeste de BH, inicialmente por engasgar. O corpo chegou a ser levado para uma funerária, mas um delegado determinou que fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal. O promotor sempre negou ter cometido o crime, mas foi preso dois dias após a morte da mulher.

A prisão de André foi confirmada pela Justiça no dia 3 de maio, pouco antes de vencer o prazo da prisão temporária. A decisão atendeu pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). No dia 12 de maio o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu, por unanimidade, pela manutenção da prisão preventiva do promotor.

Lorenza deixou cinco filhos, de 2, 7, 10, 15 e 16 anos. Em audiência na Vara da Infância e Juventude, a Justiça decidiu, provisoriamente, que a guarda ficaria com amigos próximos ao casal. 

Denúncia

Em agosto do ano passado, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou o promotor pelo assassinato de Lorenza Maria Silva de Pinho. André foi preso dois dias após o crime e segue em prisão preventiva desde então.

Na denúncia, o MPMG acusa André por crime de feminicídio com três agravantes: motivo torpe, meio cruel e meio que dificultou a defesa da vítima. Dois médicos que assinaram o atestado de óbito de Lorenza também foram indiciados por terem fraudado o documento, mas eles respondem ao crime em outro processo.

*Com informações de Raíssa Oliveira

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