Aplicativo ajuda os pais a monitorar boletim escolar

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
31/08/2015 às 06:58.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:34
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

Pelo celular, tablet ou computador, no horário em que preferir e na frequência desejada. A difícil missão de acompanhar de perto o desempenho dos filhos nas tarefas que levam da escola para casa ganhou como aliada a tecnologia. Um aplicativo, desenvolvido na UFMG, permite que não apenas os pais, mas os professores e gestores das instituições de ensino possam acessar, em tempo real, o planejamento do “para casa” e as pendências deixadas pelo estudante.

A ideia, explica a sócia-fundadora do Cora Dever de Casa, Cecília Passagli, é transformar a tarefa em uma avaliação processual e de acompanhamento pedagógico para evitar sustos no fim do ano letivo. “Não é preciso esperar para saber se o aluno aprendeu. Pelo contrário, é possível acompanhar o desempenho e adequar o ensino para cada estudante e nível de dificuldade”, avalia.

Estreia em BH

Criado pela Cora Educação Facilitada, empresa incubada na Inova, da UFMG, o app será estreado no mês que vem pelo Colégio Santa Marcelina, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. A ideia, segundo a diretora pedagógica da instituição, irmã Roseli Hart, é agregar pais, alunos e escola para potencializar o aprendizado dos 170 estudantes que, inicialmente, utilizarão o aplicativos.

São crianças de 11 anos matriculadas no sexto ano. Para utilizar a tecnologia a escola precisa desembolsar R$ 9,90 por aluno a título de “aluguel” mensal do serviço.

O Cora Dever de Casa funciona da seguinte forma: um plano de estudo com todos os deveres das diferentes disciplinas é disponibilizado on line para que a família possa acompanhar tudo da forma como desejar.

ALERTA PROGRAMADO

Além de ter acesso aos exercícios programados (inseridos no sistema pela desenvolvedora do app), os pais recebem sugestões de atividades complementares com base no conteúdo estudado em sala de aula. Um alerta preventivo também avisa toda vez que o prazo de uma tarefa está prestes a expirar.

“Buscamos equilibrar a fiscalização da família, o que é muito importante, e também a autofiscalização, como forma de dar para o aluno a responsabilidade por aquilo que deve executar. O Cora também trabalha a disciplina e o autoconhecimento, uma vez que o estudante tem a chance de acompanhar o próprio desempenho frente aos colegas da turma”, explica Cecília.

Além de permitir a vigilância constante na execução do dever de casa, o aplicativo cria uma espécie de premiação individual, com estrelas e troféus, ao aluno que conclui a atividade que levou para casa. “É um tipo de recompensa pelo rendimento. Mas o parâmetro é sempre ele consigo mesmo, pois cada aluno trilha um caminho único”, afirma Cecília.

Nos planos da equipe está o lançamento, programado para o ano que vem, de uma segunda plataforma eletrônica, voltada para o uso em sala de aula. O Cora em Sala cria sugestões de atividades complementares à aulas tradicionais com um roteiro que inclui vídeos e textos.

‘Tecnologia não pode substituir relação humana’, diz especialista

Para a pedagoga Adilene Gonçalves Quaresma, doutora em educação pela UFMG, tecnologias são sempre bem-vindas, inclusive em sala de aula, desde que não substituam as relações humanas. Neste caso específico, segundo ela, é importante também que o estudante mantenha a autodisciplina mesmo sabendo que pais e professores estão acompanhando a execução das atividades.

“O aplicativo não deve substituir o contato que o pai tem com a criança, para fazer dever, conversar sobre a escola ou acompanhar, presencialmente, as reuniões com professores. Além disso, é importante que o estudante mantenha a disciplina e saiba que cabe a ele a responsabilidade de manter a tarefa em dia”, ressalta.

METODOLOGIA

Apesar de ter conteúdos pré-programados, o Cora Dever de Casa pode ser utilizado por qualquer instituição de ensino, independentemente da metodologia em sala de aula.

A recomendação, segundo Cecília Passagli, sócia-fundadora da plataforma, é que as atividades propostas sejam adaptadas conforme a necessidade de cada escola.

As escolas terão condições de avaliar a qualidade do ensino em sala de aula e as atividades levadas para casa; aplicativo é indicado para alunos de 11 a 17 anos
 

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