(Cristiano Machado/Hoje em Dia)
Entre os programas de pós-graduação da UFMG, o de Educação reúne a maior quantidade de alunos: 500. Em março, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), braço do MEC que financia pesquisas, anunciou o congelamento de cinco bolsas nesta área da principal universidade pública de Minas.
Houve uma reação imediata do Conselho de Representantes Discentes do Programa de Pós-graduação em Educação. Os estudantes assinaram uma moção de repúdio e o documento foi entregue a um representante da Capes em 7 de abril. Quatro dias depois, o órgão informou que as cinco bolsas seriam mantidas.
Segundo o conselho estudantil, em 31 de março a Capes enviou ofício à Pró-reitoria de Pós-graduação da UFMG comunicando a suspensão temporária do cadastramento de novos bolsistas. Com a medida, seriam congeladas 7 mil bolsas chamadas “ociosas” em todo o país.
São bolsas de alunos que concluíram a pós-graduação entre fevereiro e março e, automaticamente deveriam ser ocupadas por outros candidatos a partir de abril. Após a moção de repúdio de pós-graduandos da UFMG, a Capes publicou em sua página na internet uma nota informando que 2 mil das 7 mil vagas seriam devolvidas.
Por meio da assessoria de imprensa, a UFMG informou que a quantidade de bolsas de pós-graduação “não aumentou nem diminuiu” no início deste ano e que o número exato de congelamentos “não foi definido claramente” pelo MEC.
A Capes foi procurada pelo Hoje em Dia, mas não respondeu os questionamentos da reportagem. A assessoria de imprensa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação informou que em 2015 o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência de fomento da pasta, pagou uma média de 9.727 bolsas por mês em Minas, com investimento de R$ 19 milhões. Em janeiro e fevereiro de 2016, a média mensal caiu para 8.500 bolsas e o investimento para R$ 15 milhões.
Obras inacabadas
Com o crescimento do corpo discente da Faculdade de Educação (FEA) da UFMG, a ampliação do prédio no campus Pampulha, em Belo Horizonte, se tornou necessária. E ela foi iniciada.
Mas, segundo o Conselho de Representantes Discentes do Programa de Pós-graduação em Educação, por falta de verba, a construção do prédio anexo está parada desde fevereiro de 2015. De acordo com os estudantes, nenhum comunicado prévio foi feito antes de os operários deixarem o canteiro de obras.
O Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) enfrenta problema semelhante. De acordo com o diretor de Planejamento e Gestão da instituição, Gray Farias Moita, o corte de verbas para a ampliação universitária prejudicou o andamento de obras de um pavilhão de sala de aulas no campus 2, na capital.
“Duas obras grandes foram afetadas. A construção da unidade de Contagem (na Região Metropolitana de BH) também está parada. Enquanto isso, estamos usando um espaço cedido pelo Sesi”, disse o diretor do Cefet.
Também houve reflexos em obras de ampliação de unidades da instituição de ensino superior no interior de Minas, como em Divinópolis (Centro-Oeste), Varginha (Sul) e Araxá (Alto Paranaíba).