Após polícia lançar bombas e atirar, manifestantes são feridos na Antônio Carlos

Thaís Mota* - Hoje em Dia
Publicado em 17/06/2013 às 17:27.Atualizado em 20/11/2021 às 19:12.
Uma correria geral tomou conta da avenida Antônio Carlos em frente a um dos portões da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na avenida Antônio Carlos, na região da Pampulha. Segundo repórteres do Hoje em Dia que acompanham a manifestação, os jovens estavam sentados quando a Polícia Militar lançou bombas de gás lacrimogênio para evitar que os manifestantes rompessem a barreira formada por militares.
 
Neste momento, teria iniciado uma grande correria na região e desespero entre os participantes. Alguns manifestantes passaram mal com o gás e pelo menos duas pessoas  foram feridos por balas de borracha da PM. Na tentativa de se protegerem, algumas conseguiram se esconder em residências e estabelecimentos comerciais na região. Uma agência bancária onde alguns jovens buscaram abrigo teve as vidraças quebradas e uma jovem teria se ferido ao ser atingida por estilhaços de vidro. 

Um jornalista também se feriu durante os protestos. Segundo informações de repórteres do HD, o homem estaria filmando a manifestação com um aparelho de celular e foi agredido a cacetetes por policiais. O telefone do jornalista foi quebrado durante a ação. 
 
Helicópteros da Polícia Militar também sobrevoavam a região apontando armas para os manifestantes e, com uma máquina fotográfica, registravam tudo que acontecia. Alguns manifestantes chegaram a relatar que algumas bombas estariam sendo atiradas de cima, provavelmente por militares à bordo da aeronave. Há informações ainda de policiais que utilizaram spray de pimenta contra as pessoas.
 
Após o início da confusão, um grupo de jovens montou duas barricadas com pedaços de madeira, lixeiras, cartazes e entulhos e atearam fogo. Os manifestantes também estão gritando e pedindo por um protesto "sem violência". O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar as chamas. 
 
Uma jovem que participava do protesto e sofre de asma também passou mal e precisou da ajuda de outros participantes para chegar até um abrigo. "Eu estou indignada porque a gente estava sentado. A manifestação estava calma e eles começaram a nos agredir", afirmou a estudante, Hélida Luíza. "Cadê o direito que temos de manifestar, de ir e vir? Isso é uma democracia ou o quê?", completou.
 
Já a cabeleireira Goreti Pereira, de 60 anos, que mora na região da Pampulha onde acontecem os protestos abriu sua casa para alguns jovens se refugiarem. "Eu acho isso uma injustiça. As pessoas estavam fazendo uma passeata pacífica e a polícia prometeu que não teria violência", afirmou.
 
Após alguns minutos de muita confusão, a polícia liberou novamente a passagem para os manifestantes sigam até o estádio do Mineirão. Entretanto, um novo bloqueio policial foi montado um pouco mais à frente, no início da avenida Abraão Caram e a polícia informou que se os jovens tentarem furar esta barreira serão impedidos. Militares do Batalhão de Choque, Cavalaria e Tático Móvel estão no local.
 
 

 

Atualizada às 17h58

*Com informações da Ana Clara Otoni, Pollyana Viana e Milson Veloso

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