Após quase cinco horas de total interdição, duas faixas da avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte, foram liberadas por integrantes de ocupações urbanas que fazem manifestação em frente à prefeitura desde a manhã desta terça-feira (4). O fechamento da avenida, uma das mais movimentadas da capital mineira, causou um verdadeiro nó no trânsito de praticamente toda a região central de BH.
Nesta tarde, o grupo, composto por cerca de 150 pessoas, continua acampado em frente à PBH, mas ocupando apenas duas faixas da avenida no sentido bairro Mangabeiras.
Os manifestantes fazem parte das ocupações urbanas Rosa Leão, Esperança e Vitória, localizadas na região de Venda Nova. Eles exigem a presença de um representante da prefeitura para reunião com o Governo, nesta quarta-feira (5), na Cidade Administrativa, sobre a situação dos terrenos invadidos. Todos lutam contra a ordem de despejo e foram informados pelo representante da prefeitura que o responsável por participar no encontro é o procurador do Município.
Os manifestantes alegam que só irão dar fim à ocupação na porta da PBH no momento em que a presença do procurador na reunião for entregue em documento escrito. Várias barracas foram montadas e alguns participantes do protesto se ajeitaram para passar a noite acampados.
Por meio de nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que foi convidada pela Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais para participar da reunião e que estará presente. Além disso, foi comunicado que a PBH "respeita manifestações, mas lamenta o fato de que pouco mais de 100 pessoas tenham causado transtornos no trânsito e prejudicado o direito de ir e vir da imensa população de Belo Horizonte".
Transtornos
A manifestação deixou o trânsito lento em toda a extensão da Afonso Pena e das avenidas Amazonas, Santos Dumont, Andradas, Cristiano Machado, Contorno e Paraná, além do Elevado Castelo Branco e outras vias próximas ao Centro. O cruzamento entre as ruas Caetés e São Paulo também chegou a ser bloqueado.
Os grandes congestionamentos atrasaram e irritaram muitos motoristas, como Raquel Pereira, de 31 anos. A condutora, que saiu de Venda Nova em direção à Savassi, ficou duas horas parada. "Manifestar é um direito de todos, mas esses atos deveriam ser avisados. Assim como eles têm o direito de reivindicar, eu também tenho o meu de ir e vir". (*Com Alessandra Mendes)