Após queda de viaduto na Pedro I, escola amplia segurança

Danilo Emerich e Raquel Ramos - Hoje em Dia
15/07/2014 às 08:29.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:23
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

Os transtornos provocados pela queda e demolição do viaduto Batalha dos Guararapes forçou uma instituição de ensino vizinha ao elevado a adotar medidas de segurança com o retorno das aulas, marcado para segunda-feira (14).

Localizada na Moacyr Froes, rua que corta a avenida Pedro I bem em frente ao viaduto, a portaria principal do colégio Helena Bicalho foi transferida para outro quarteirão. Além disso, um parquinho próximo à alça que se mantém de pé está momentaneamente interditado.

“Os pais estão com medo, até mesmo pelos boatos espalhados por aí. A mudança do local de entrada ocorreu porque a outra rua está fechada para trânsito de carros e pedestres. Já o cercamento dos brinquedos foi feito para tranquilizar os responsáveis”, explicou Suely Bretas Salles, diretora da escola.

Ela também optou por flexibilizar o horário de entrada dos alunos que, em função do trânsito tumultuado na região, chegam atrasados.

Apesar do sentimento de insegurança pela proximidade da instituição ao local da tragédia, há garantias que o colégio está fora de risco, diz Suely. Desde o desabamento do elevado, há mais de dez dias, duas vistorias já foram realizadas no prédio por técnicos da Defesa Civil.

Ela também faz parte da comissão de moradores que têm acesso à todas as informações referentes às obras no Batalha dos Guararapes.

Vistorias

Na segunda-feira (14), a Prefeitura de Belo Horizonte iniciou um processo de vistorias nos cinco viadutos da avenida Pedro I – Monte Castelo, João Samarra, Viadutos A e B e Montese. Recomendadas por especialistas, as análises verificarão riscos de desabamentos.

As vistorias serão realizadas nos próximos 30 dias pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e por uma consultoria independente de engenheiros, arquitetos e topógrafos. Os dados, coletados por equipamentos especializados, ficarão registrados eletronicamente.

A alça norte do viaduto Batalha dos Guararapes também é monitorada. Segundo o coordenador da Defesa Civil Municipal, coronel Alexandre Lucas Alves, a via só será liberada quando o novo projeto de escoramento for concluído, o que acontecerá “nos próximos dias”.

“Resolvemos não agendar uma data, para não haver novos adiamentos. É realizado o acabamento de reconstrução da via, a preservação da área da perícia da Polícia Civil e a demolição da estrutura restante”, afirmou o coronel Lucas.

O militar informou que uma nova tecnologia, com uma máquina chamada tesoura hidráulica, começou a ser usada na segunda-feira (14), para melhorar o tempo de resposta da demolição e diminuir o desconforto dos vizinhos e preservar as provas e o local requisitado pela perícia.

“Trabalhará de forma conjunta com outra tecnologia, chamada de fita diamantada. Não liberamos a via no sábado, porque na sexta, a empresa apresentou um novo projeto de escoramento. É mais sábio fazer esse novo procedimento agora e não precisar mais parar o trânsito e incomodar a população depois”, afirmou o coordenador.

Moradores de prédios vizinhos ao viaduto estranharam a atitude, questionando se houve evolução do risco de desabamento da alça norte da estrutura, porém a Defesa Civil descartou o perigo. “Se houvesse risco retiraríamos o escoramento anterior? Esse trabalho é uma medida de segurança e planejamento. Também estamos monitorando os imóveis ao lado, que não correm nenhum risco. Não há movimentação do terreno”, reforçou Alves.

A presidente da Associação de Moradores da avenida Pedro I, Vilarinho e adjacências, Ana Cristina Drumond, informou que irá requerer formalmente o estudo de solo para a construção do viaduto, uma vez que houve o rompimento de uma adutora durante as obras. “Se houve um afundamento do solo, a análise foi insuficiente ou negligente”, apontou.

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