A nova moradia do goleiro Bruno Fernandes deve ser anunciada hoje pela Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap). Ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, pelo placar de 3 a 1, que o atleta deve ser reconduzido à prisão.
Apesar do parecer do ministro Alexandre de Moraes derrubando o habeas corpus expedido por Marco Aurélio Mello, não se sabe se Bruno será encaminhado para o Presídio de Varginha, no Sul de Minas, ou retornará para a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, onde cumpria pena antes da soltura, em fevereiro deste ano.
Na tarde de ontem, Bruno se apresentou na Delegacia de Varginha, cidade onde atuava profissionalmente no Boa Esporte Clube. No entanto, o atleta foi liberado porque o mandado de prisão contra ele não constava no sistema, segundo informações da Polícia Civil. O atleta assinou um termo se comprometendo a se apresentar, ao meio-dia de hoje, no Fórum de Varginha.
Leia mais
Saída de Bruno pode repercutir no desempenho dos jogadores do Boa Esporte
Goleiro Bruno se apresentará à Justiça nesta quarta-feira
Segundo informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), há a possibilidade de que o atleta seja encaminhado para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde ficou detido pela primeira vez, em 2010. Entretanto, tudo depende da disponibilidade de vagas no momento em que o juiz responsável informar à polícia sobre o mandado de prisão.
Previsível
Os exatos 61 dias em que o goleiro Bruno Fernandes permaneceu em liberdade foram suficientes para que ele voltasse aos gramados vestindo a camisa de um clube profissional. No entanto, o retorno rápido à ativa, depois de quase sete anos longe do futebol, não causou surpresas em especialistas em direito criminal.
“Já era esperado que Alexandre de Morais revogasse (o habeas corpus). É uma decisão bastante razoável frente a outros julgados análogos (casos semelhantes). É possível que a defesa dele tente impetrar outros recursos infinitamente. Mas a tendência é que ele continue preso até que seja julgado em segunda instância”, avalia o advogado Warley Belo, mestre em ciências penais.
Trâmites
Apesar de digital, a comunicação oficial do STF não havia chegado ao TJMG até o fechamento desta edição. Segundo a Justiça mineira, como o endereço atual de Bruno é em Varginha, será enviada uma carta precatória para o município, ou seja, um documento digital transferindo o cumprimento do mandado para aquela comarca.
Na cidade do Sul de Minas, o juiz local dará prosseguimento ao mandado e, então, a Seap determinará a unidade prisional para onde Bruno será encaminhado. À decisão do STF não cabe recurso. O atleta foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio.
