Argentinos e ingleses só querem bola na capital mineira

Marcelo Ramos - Hoje em Dia
20/06/2014 às 07:42.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:04

(Frederico Haikal/Hoje em Dia)

As relações internacionais conflitantes entre ingleses e argentinos, devido à Guerra das Malvinas, em 1982, assim como os confrontos entre torcedores nos mundiais do México (1986) e da África do Sul (2010), têm sido pauta das forças de segurança brasileiras muito antes de a bola rolar.    Com as partidas entre Argentina e Irã, no sábado (21), e Inglaterra e Costa Rica, na próxima terça-feira, no Mineirão, rumores de um possível choque entre torcedores mais inflamados, como os barra bravas argentinos e os hooligans ingleses, têm se intensificado. Mas torcedores das duas nações acham que há um certo exagero.   Pelo menos é o que pensa o portenho Francisco Klein, que inclusive aguardava amigos britânicos para assistir ao jogo entre Inglaterra e Uruguai, na Praça da Savassi. “Para mim, não há rivalidade com os ingleses. Afinal, o grande clássico sempre será contra o Brasil. Tenho até encontrado com amigos ingleses para assistir às partidas”, comenta.   Já um grupo de ingleses não quer nem saber de conflitos geopolíticos. “Não se deve misturar questões políticas com esporte. Viemos para o Brasil para acompanhar a seleção inglesa, fazer amizades e falar de futebol. Não estamos nem aí para as Malvinas”, afirma o inglês Martin Rain. “Não será com brigas que iremos nos entender”, define Richie O’Keeffe, integrante da turma.   A Polícia Militar estima que cerca de 20 mil torcedores argentinos venham para Belo Horizonte para acompanhar a partida contra os iranianos, e outros 20 mil ingleses compareçam para assistir à seleção de Wayne Rooney. De acordo com a capitão Giovanna, assessora do Comando do Batalhão da Copa, o destacamento estará posicionado nos locais onde os torcedores se encontram.    “Não tenho como falar das estratégias da Polícia Militar como um todo, mas pelo Batalhão Copa, vamos manter o policiamento onde os torcedores estiverem concentrados, como temos feito desde o início para manter a segurança e coibir qualquer tipo de irregularidade. No entanto, em locais onde os encontros de torcidas são inevitáveis, como nas Fan Fests, vamos monitorar e identificar torcedores que estiverem se portando de maneira inadequada”, explica a oficial, que garante que para as partidas de amanhã e terça-feira, todos os 2.800 homens do batalhão estarão nas ruas para garantir a segurança.   Bom, seja como for, o argentino Nicolas Agostenelli, que hoje mora nos Estados Unidos, define bem como deve ser o comportamento dos torcedores: “discussões políticas devem acabar assim que a partida começa. Para mim, jogo é jogo e nada mais!”.

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