Reforçar os vínculos entre o legado histórico e o desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha, preservar e celebrar a memória local e a identidade de sua população são os objetivos do catálogo Fontes para a história do Vale do Jequitinhonha – Volume 1, documento online criado pelo Arquivo Público Mineiro (APM).
A publicação on-line reúne referências de documentos de 14 cidades e pode ser acessada no site do APM.
Para realizar esse trabalho, foi promovida uma pesquisa minuciosa nos fundos e coleções do APM, o que incluiu registros de diferentes órgãos e instituições com informações sobre a toponímia (nomes de lugares) de Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Rubelita, Salinas, Teófilo Otoni, Turmalina e Virgem da Lapa.
A iniciativa integra o projeto Vale do Lítio, que abrange esses municípios e foi lançado pelo Governo de Minas em 2023, para promover o desenvolvimento das cidades do Nordeste e Norte do estado em torno da cadeia produtiva do lítio.
Além de ser uma importante fonte para pesquisadores, educadores e estudantes, o catálogo tem como objetivo valorizar o legado de uma das regiões mais emblemáticas do Estado, cuja história é marcada por um rico patrimônio imaterial e manifestações culturais populares de grande relevância. O trabalho teve início em agosto de 2024, com a reunião de documentos que datam do século XVIII ao XX.
Processo de montagem
Ao longo do processo de elaboração do documento, alguns desafios foram superados. O coordenador de Acesso à Informação e Pesquisa do APM, Ygor Souza, coordenador da equipe responsável pela catalogação, detalha algumas curiosidades.
“Como o Vale do Jequitinhonha é muito extenso, precisávamos limitar o recorte geográfico às 14 cidades, mas deixamos margem para a possibilidade de próximos volumes abrangerem mais. Depois fizemos uma pesquisa histórica para saber os nomes antigos desses municípios. Por conta das mudanças administrativas, era comum o município ter um novo nome e nos inventários estar com o antigo”, relata Ygor Souza.
O resultado é uma obra com capítulos dedicados a cada uma das cidades listadas, apresentando-as com imagens atuais e incluindo dados demográficos e históricos, e o verbete correspondente no Dicionário Histórico e Geográfico de Minas Gerais, de Waldemar de Almeida Barbosa.
Para o diretor do Arquivo Público Mineiro, Bruno Balista, a publicação também é uma forma de valorizar e reconhecer o legado das comunidades que habitam a região. “É um presente de agradecimento aos mineiros do Vale do Jequitinhonha por tudo o que já fizeram por nosso estado. Além de fins de pesquisa, essa publicação visa consolidar políticas públicas voltadas para a região, que merece ter a sua memória e história local preservadas e valorizadas”, ressalta Balista.
"O catálogo é um testemunho vivo das trajetórias de povos que construíram seus lares ao longo das margens do Rio Jequitinhonha e escreveram, com suas vidas, uma narrativa de pertencimento e identidade", afirma o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira.
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