Arte encanta estrangeiros em Belo Horizonte

Elemara Duarte - Hoje em Dia
23/06/2014 às 07:54.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:06

( Frederico Haikal/Hoje em Dia)

O intervalo entre dois jogos da Copa do Mundo é motivo para fazer um intercâmbio cultural. E foi isso que estrangeiros e brasileiros fizeram. Ontem, a Praça da Liberdade foi uma espécie de “babel” desse encontro, no último dia do projeto “Arte Solo”. Mas, diferentemente da torre na história bíblica, todo mundo se entendeu colocando em prática o idioma da arte.   “O grafite, por exemplo, é uma linguagem universal. Muitos turistas chegam aqui dizendo que já viram na cidades deles, por causa do uso do spray. Mas gostam da nossa temática”, diz o coordenador do Arte Favela Hely Costa.    O projeto expôs obras produzidas por 30 jovens de 14 a 29 anos, de cinco comunidades de Belo Horizonte. Os painéis retrataram a cultura da capital mineira.    “As cores são vibrantes”, diz o indiano Pradipta Goswami, repórter da ETV India, ao vê-los. O indiano já conheceu quatro capitais brasileiras. Na praça, ele ficou curioso com os prédios centenários que agora, juntos, formam o Circuito Cultural Praça da Liberdade. “Em Calcutá (uma das maiores cidades da Índia), temos 300 pontos culturais, mas espalhados pela cidade”, informou.   O grafiteiro Rafael Boneco, outro participante do “Arte Solo”, ajudava a fazer o mural “Vida que Pulsa” durante o evento. “Veio um uruguaio aqui dizendo que tem um projeto semelhante no país dele, mas com crianças fazendo murais com tinta látex”, lembra.   Se Minas Gerais oferece arte, os estrangeiros também oferecem a cultura deles para nós. O violonista Gabino Arce nasceu na Argentina, mas escolheu Belo Horizonte, há menos de um mês, para viver. “Tinham falado para mim que aqui é a ‘capital dos bares’. Por isso, vim para cá”, justifica o participante do “Arte Solo”, sobre uma possibilidade de locais para se apresentar. “Aqui, fazem silêncio quando toco e as pessoas têm mais abertura para a cultura. Sou muito bem recebido”, diz ele, que é graduado em Música Popular pela Escuela de Música Popular de Avellaneda.   “Somos de Hong Kong. Viemos para trabalhar como voluntários no ensino da cultura chinesa, e para ver os jogos da Copa”, dizem, pelo tradutor de chinês do celular os colegas intercambistas Ray Siu, 23 anos, e Carson Tang, 19. Mesmo com o inglês básico e quase nada de português, os amigos garantem: “Interagir com a cultura brasileira é muito prazeroso. Aqui, é mais animado do que na China”, comparou Ray Siu, depois de pedir um “selfie” de lembrança com a reportagem.

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