O assassinato do árbitro de futebol Antônio José da Silva, o "Zuza", em Poços de Caldas, no Sul de Minas, teria sido uma vingança por ele supostamente ter cometido um abuso sexual.

É o que aponta a apuração da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluída nesta quarta-feira (9).

O árbitro de 62 anos foi encontrado morto em julho deste ano dentro de casa, no bairro Jardim Kennedy. Em 3 de agosto, um dos suspeitos foi preso após ser identificado pelas imagens de câmeras de segurança do local. O segundo suspeito foi preso nesta quarta e ambos têm 29 anos. O terceiro envolvido continua foragido.

De acordo com o delegado Cleyson Brene, responsável pelo inquérito, um detalhe nas investigações levantou a suspeita de que o árbitro teria cometido abuso sexual.

"Escreveram 'Jack' na frente do muro da casa do árbitro e a palavra é uma gíria de presídio para indicar estuprador. Nós começamos, então, a direcionar a investigação nesse sentido", explicou o delegado.

À Polícia, os dois suspeitos presos relataram que o motivo do homicídio seria uma retaliação a um suposto abuso sexual por parte do árbitro contra um familiar do homem detido em agosto.

"Essa informação foi confirmada tanto pela esposa do preso quanto pela criança, que também foi ouvida na delegacia", contou Cleyson Brene.

Segundo o delegado, na casa de Zuza foram apreendidos cadernos com escritos de crianças. "O árbitro não tinha passagens por crimes sexuais e, até o momento, não foram identificadas outras vítimas". 

No decorrer das investigações, a Polícia chegou a considerar a hipótese de latrocínio, pois a carteira e o aparelho celular do árbitro haviam sido levados do local do crime.

"Porém, os próprios suspeitos confessaram que o roubo da carteira e do celular foi apenas para confundir a atuação policial e nos fazer acreditar que a motivação tinha sido patrimonial", contou Cleyson.

O inquérito policial será finalizado e remetido à Justiça com o indiciamento dos três suspeitos do crime.

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