Assoreamento e poluição crescem e ‘encolhem’ o rio Doce

Daniel Antunes - Do Hoje em Dia
28/08/2012 às 07:26.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:48

(Leonardo Morais/Hoje em Dia)

GOVERNADOR VALADARES – O percurso feito pelas balsas que transportam passageiros nas águas turvas do rio Doce, entre os bairros São Paulo, Santa Terezinha e Ilha dos Araújos, em Governador Valadares, no Leste de Minas, “encolheu”. O assoreamento acelerado e a poluição são apontados por balseiros, que atuam há anos no local, como os principais responsáveis pelo surgimento de bancos de areia que fizeram reduzir as distâncias entre as margens do curso d’água.

Nos últimos 15 anos, a balsa guiada por Antônio Marcos, de 37, teve o percurso do bairro Santa Terezinha até a Ilha dos Araújos reduzida quase pela metade. A distância, que era de 200 metros, agora não passa de 110 metros. Mesmo com o trajeto menor, as dificuldades são maiores. “Vão se formando bancos de areia no caminho que dificultam o serviço. Daqui a pouco, não haverá mais espaço para as balsas”, disse Antônio Marcos, que transporta cerca de 40 pessoas por dia.

A passagem custa R$ 1,25 e a travessia entre os dois bairros leva de três a quatro minutos. O catuá – vara de madeira que serve como remo – impede que a balsa conduzida há mais de 20 anos por Éder Severino, de 48, fique presa em redemoinhos. Bancos de rocha já começam a aparecer devido à baixa vazão do rio Doce.

Estiagem

O período de estiagem torna o transporte ainda mais difícil. “Na época seca, a balsa fica mais pesada, porque não tem a correnteza forte. O assoreamento também faz o rio encolher. As pessoas estão jogando muito entulho e lixo nas águas. Na década de 80, o rio era cerca de 30 metros mais largo”, afirmou Éder.

A balsa conectada a um cabo de aço e impulsionada por um motor tem dificuldade para vencer os 100 metros que separam o bairro São Paulo da Ilha dos Araújos.

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