Até adolescente é tratado na "Casa dos Horrores" de Montes Claros

Girleno Alencar - Do Hoje em Dia
23/01/2013 às 07:02.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:55

(Dione Afonso)

MONTES CLAROS – A força-tarefa criada para averiguar as atividades da Comunidade Terapêutica Resgatando Vidas, em Montes Claros, encontrou na última terça-feira (22) várias irregularidades na clínica particular, especializada na recuperação de dependentes químicos. Um adolescente estava em terapia, recluso em meio aos adultos, enquanto deveria ser tratado em um espaço adequado para menores.
Na comunidade terapêutica, onde ex-internos relataram a ocorrência de maus-tratos e até tortura, membros do Ministério Público Estadual (MPE), da Subsecretaria de Estado de Políticas sobre Drogas e da Vigilância Sanitária Municipal – entre outros órgãos – constataram também a falta de receituário na compra de medicamentos.
Um relatório deverá ser elaborado pelo coordenador do Centro Estadual de Referência de Álcool e outras Drogas, Amauri Costa da Silva, e pela superintendente de Prevenção, Tratamento e Reinserção da Secretaria Estadual de Prevenção às Drogas, Rosângela Simões Paulino.
O documento será encaminhado ao MPE, que definirá as medidas a serem tomadas em relação à clínica, apelidada de “Casa dos Horrores”. Porém, o órgão já adiantou que o diretor da Resgatando Vidas, Toney Tomaz da Silva, terá dez dias para apresentar toda a documentação dos internos, com prontuários e assinatura dos responsáveis técnicos.
Tomaz negou qualquer violência e garantiu ter sido alvo de agressão ao tentar dominar internos agitados. Segundo ele, alguns fugiram pulando o muro e se cortaram na cerca. “Estou sendo alvo de ataques de pessoas que faziam tratamento aqui, mas que não aceitavam os critérios rigorosos, pois queriam continuar consumindo drogas”.
Benefício social
A força-tarefa constatou que o benefício social de um dos pacientes da clínica foi sacado pela direção da unidade. Tomaz afirmou que o dinheiro não ficou com a comunidade e foi repassado aos familiares do interno. No caso do menor em tratamento, ele disse cumprir ordem judicial, porém, não mostrou o documento. O adolescente será transferido. l

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