7 anos após tragédia

Atingidos pela lama da barragem da Samarco fecham rodovia MG-129 e cobram indenizações, em Mariana

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
10/08/2022 às 14:22.
Atualizado em 10/08/2022 às 18:07

(Divulgação / MAB)

Atingidos pela lama da barragem de Fundão, da Samarco, fecharam a rodovia MG-129, na manhã desta quarta-feira (10), em Mariana, na região Central do Estado, a fim de cobrar indenizações da mineradora. A estrada dá acesso às mineradoras Samarco e Vale. A ação chegou a paralisar o trânsito.

Depois da manifestação, os participantes foram até o fórum da cidade e no Ministério Público protocolar a pauta de reivindicações.

Segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), organizador da manifestação, representantes da Fundação Renova, da mineradora Vale, comparecerem ao local mas não oferecem respostas ou soluções concretas das reivindicações.

A tragédia aconteceu em 2015 e deixou 19 mortos. Quase sete anos depois do rompimento, famílias aguardam por moradias nos reassentamentos que ainda estão em construção. As vítimas esperam por medidas de reparação em relação à saúde, ao acesso à água, além de outros problemas que surgiram depois do acidente. 

Segundo o MAB, centenas de trabalhadores perderam fonte de renda e ainda não foram indenizados ou tiveram retorno das condições para a prática do trabalho.

Para o MAB, as manifestações não vão parar “até que a luta seja reconhecida” e que as autoridades encontrem resoluções para os requerimentos.

Fundação Renova

Em nota, a Fundação Renova afirmou que considera legítima qualquer manifestação pacífica popular, coletiva ou individual e que suas ações são norteadas pelo respeito e o diálogo.

No entanto a entidade informou que, desde o fim de junho, diversas manifestações têm impedido a continuidade da construção dos reassentamentos; que o bloqueio na estrada impede o acesso de colaboradores e materiais aos canteiros de obras e que os bloqueios compromete o cronograma de entrega dos reassentamentos.

A fundação também afirmou que R$ 23,06 bilhões já foram desembolsados nas ações de reparação e compensação dos atingidos.


Confira a nota na íntegra:

A Fundação Renova informa que, desde o fim de junho, sucessivas manifestações, com participação de poucas pessoas, têm impedido a continuidade regular da construção dos reassentamentos. O bloqueio na estrada impede o acesso de  colaboradores e materiais aos canteiros de obras, onde trabalham cerca de 5 mil pessoas, paralisando os trabalhos de dezenas de casas que já tiveram os projetos aprovados pelas famílias e também dos bens coletivos. A paralisação também afeta os atendimentos programados às demais famílias nos canteiros e compromete o cronograma de entrega do reassentamento.  

 A Fundação Renova considera legítima qualquer manifestação pacífica popular, coletiva ou individual e reafirma que estabelece o respeito e o diálogo como práticas norteadoras de suas ações. No entanto, considera que nenhum direito individual se sobrepõe ao direito coletivo de centenas de famílias de atingidos e que não é possível haver qualquer tipo de negociação mediante ações que violem o direito de ir e vir de terceiros, trazendo riscos para as pessoas.  

A reparação conduzida pela Fundação Renova se encontra em um momento de avanços consistentes nos programas que tiveram definição clara pelo sistema de governança participativo. 

Cerca de R$ 23,06 bilhões foram desembolsados nas ações de reparação e compensação pela Fundação Renova até junho de 2022. Desse montante, as indenizações e Auxílios Financeiros Emergenciais (AFEs) pagos a atingidos de Minas Gerais e do Espírito Santo chegaram a R$ 10,89 bilhões, para cerca de 389 mil pessoas.

(Divulgação / MAB)

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