Atividade física: correr menos ou mais? Tanto faz

Hoje em Dia
13/10/2014 às 07:30.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:35

(Stock Photo/Divulgação)

Fazer uma corrida curta e rápida diariamente pode ser tão eficaz para viver mais quanto correr prolongadamente. A conclusão de um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual do Iowa, nos Estados Unidos, é um alento e tanto para quem pratica atividade física, mas não tem muito tempo para suar a camisa. 

Para chegar à conclusão, eles acompanharam mais de 55 mil adultos com idade média de 44 anos no Texas, ao longo de 15 anos. A maioria era de brancos e um quarto do total era de mulheres.

O estudo mostrou que correr de cinco a dez minutos por dia pode reduzir significativamente o risco de doenças cardíacas e morte precoce. As constatações foram publicadas no periódico Journal of the American College of Cardiology.

As pessoas que correm para se exercitar apresentam um risco 30% menor de morrer e 45% menor de morrer por doença cardiovascular do que as que nunca correm.

Além disso, os corredores têm uma expectativa de vida três anos maior do que a média dos sedentários.

MESMA VANTAGEM

Mas o ponto que mais chama atenção no trabalho é o de que os benefícios de correr seriam os mesmos tanto para quem se exercita muito quanto para quem percorre trechos menores, rápida ou lentamente.

A pesquisa não detectou diferenças estatísticas significativas entre quem corre 50 minutos ou 180 minutos por semana.

Os resultados também não diferiram quando a corrida se manteve abaixo dos 10 km por hora.
“Visto que o tempo é um dos maiores obstáculos para se fazer uma atividade física, o estudo pode motivar mais gente a começar a correr”, disse o principal autor do estudo, Duck-chul Lee, professor assistente do Departamento de Cinesiologia da Universidade Estadual do Iowa.

Quem corre em ritmo lento ou caminha também tem resultados melhores do que os que não praticam atividade física.

Caminhada, primeiro passo para sedentários

Para quem se animou a calçar o tênis e cair na pista, segue o aviso: menos é mais no início da carreira de corredor.

Quem ensina é o educador físico e personal trainer Thiago Aguiar Andrade, sócio da Téo Esportes, empresa que presta assessoria esportiva em Belo Horizonte.

Ele explica que, em tese, qualquer pessoa pode praticar corrida, mesmo as mais sedentárias.

No entanto, a maioria vai começar com caminhadas, e só após alguns treinos o ritmo das passadas será acelerado.
Quando isso vai acontecer? Depende da resposta do atleta ao exercício e de fatores individuais, como a capacidade física e a frequência cardíaca.

“Ao fim de um mês, treinando três vezes por semana, alguns já conseguirão correr durante metade do treino de 30 minutos”, diz.

A cautela tem motivo. Como a corrida é um esporte de impacto, exageros podem levar à sobrecarga de articulações, tendões e ossos.

“Acontece se o treinamento for extenuante, com a pessoa desrespeitando os limites do próprio corpo”, diz Thiago. “Não dá para percorrer 5 km em meia hora um dia e, no seguinte, tentar fazer o mesmo em 20 minutos. Respeitar a progressão é fundamental”.

O próprio organismo ajuda o praticante a encontrar a medida certa da atividade. “Nunca se deve correr como se aquele trajeto fosse o último. O correto é terminar o percurso com a sensação de que conseguiria ir além”.
Outra dica importante é fazer um check-up antes de “dar a largada”. Além de visitar o cardiologista, o futuro atleta deve passar por uma avaliação com fisioterapeuta.
 

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