TRANSPORTE PÚBLICO

Audiência na Câmara de BH questiona 'demora' na expansão do metrô da capital

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
12/08/2022 às 18:42.
Atualizado em 12/08/2022 às 18:58
Audiência pública sobre o metrô de BH foi solicitada pela vereadora Macaé Evaristo (PT) (Divulgação Câmara Municipal de BH)

Audiência pública sobre o metrô de BH foi solicitada pela vereadora Macaé Evaristo (PT) (Divulgação Câmara Municipal de BH)

Uma audiência pública da Câmara Municipal (CMBH) debateu, nessa quinta-feira (11), a expansão do metrô em Belo Horizonte. A reunião foi solicitada pela vereadora Macaé Evaristo (PT) e realizada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário.

Há cerca de um ano, os governos federal e estadual anunciaram recursos para implantação da Linha 2 do metrô da capital, que deve atender à região do Barreiro. Parte dos recursos para a expansão seriam obtidos por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).

A medida, condicionada à desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), ainda não foi implementada. A execução da obra aguarda o julgamento do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a privatização.

De acordo com Macaé Evaristo, ela irá solicitar o projeto do metrô à Superintendência de Mobilidade Urbana (Sumob) da capital e pedirá uma reunião especial para realizar um apanhado histórico da questão, para reivindicar uma maior rapidez na expansão do sistema de transporte, tanto em direção ao Barreiro quanto no sentido Venda Nova, Ribeirão das Neves e Vespasiano, na Grande BH.

A parlamentar ainda declarou que "a expansão de trajeto consta do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) da Região Metropolitana de Belo Horizonte de 2016, ou seja, estava previsto há seis anos". "O Barreiro é uma região com mais de 550 mil habitantes e com 60% da população em idade laboral, o que justifica ser contemplada pelo metrô", comentou a vereadora.

Durante a audiência pública, João Luiz da Silva Dias, ex-presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), também defendeu a expansão do metrô para a região Norte de BH e declarou que "a diferença entre o valor cobrado e o custo da passagem é subsidiada pelo Governo Federal".

O vereador Brulio Lara (Novo) questionou o ex-presidente da CBTU sobre a possibilidade de realizar a expansão do metrô, que é um veículo mais leve que o trem de superfície atual, usando os trilhos existentes, ou se seria necessário trocar todo o sistema. Dias afirmou que "a adequação para a plataforma existente é possível com a compra de equipamento adaptado".

Membro do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), Daniel Glória Carvalho afirmou que o Estado está querendo passar a reponsabilidade do transporte público para a iniciativa privada.

"O projeto do metrô prevê um aporte de R$ 2,8 bilhões do Governo Federal e R$ 427 milhões do estadual para ser gerido pela iniciativa privada, que irá executar um projeto de expansão 'tímido e medíocre', sem ouvir as cidades próximas a Belo Horizonte. A expansão precisa contemplar cidades como Betim, Ribeirão das Neves e Brumadinho", sugeriu o parlamentar.

Participação popular
A audiência da Câmara Municipal contou também com moradores de Ribeirão das Neves, que faz parte da Grande BH. O vereador do município, Messias Veríssimo (PT), disse que "os ônibus da cidade são lotados e sucateados. Precisamos ir na contramão desse sistema que está favorecendo o empresário".

Moradores de Ribeirão das Neves estiveram presentes e questionaram demora da expansão (Divulgação/Câmara Municipal de BH)

Moradores de Ribeirão das Neves estiveram presentes e questionaram demora da expansão (Divulgação/Câmara Municipal de BH)

Segundo Eliane Santiago, representante da Rede Ação e Reação Internacional (Rari), entidade que fez uma pesquisa sobre o tema, Ribeirão das Neves tem mais de 550 mil habitantes e "é preciso mais compromisso com a expansão do metrô".

Outro participante da reunião, o professor de Cartografia Rodrigo Affonso de Albuquerque Nóbrega, do Instituto de Geociências da UFMG, disse "não conceber como alguém pode se opor à expansão do metrô". "Qualquer cidade com três milhões de habitantes tem muito trilho e não depende de ônibus. Quando falam da pouca viabilidade dessa expansão, provavelmente estão pensando no negócio, e não na população".

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