O recente aumento da taxa Selic, agora em 11,25% ao ano, preocupa os setores de comércio e indústria em Minas -que temem impactos negativos no início de 2025. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) apontam que a elevação sucessiva dos juros ameaça o crescimento econômico e pode prejudicar o consumo, especialmente em um cenário de inflação interna e desvalorização cambial impulsionada pela alta do dólar.
Para Marcelo de Souza e Silva, presidente da CDL/BH, a nova alta reflete tanto fatores internos quanto internacionais. Segundo ele, o aumento da taxa pode afetar as vendas logo no início do ano, um período tradicionalmente mais fraco para o setor. "Caso o cenário de juros elevados persista, nossa expectativa de crescimento para o comércio em 2024 e 2025, de 2,78% e 3,01%, respectivamente, pode ser prejudicada", alerta o dirigente, que também ressalta a importância de cortes de gastos pelo governo para equilibrar as finanças públicas e estimular investimentos.
A Fiemg, por sua vez, destaca que a elevação da Selic reduz a capacidade produtiva e dificulta a competitividade industrial, afetando diretamente empregos e renda. A entidade cobra uma postura mais moderada do Banco Central nas próximas reuniões, enfatizando a necessidade de cortes na Selic para que a indústria nacional consiga se recuperar e retomar o crescimento.
Ambas as entidades acreditam que uma taxa de juros mais equilibrada e uma política fiscal ajustada são essenciais para promover um ambiente econômico seguro e propício ao investimento, evitando um ciclo de estagnação que traria prejuízos a toda a economia.
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