(Flávio Tavares)
Os brasileiros estão vivendo mais. A constatação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que, com base no Censo 2010, divulgou, nesta sexta-feira (29), que a expectativa de vida no país aumentou 25,4 anos em cinco décadas. Se em 1960 a previsão era a de que uma pessoa vivesse até os 48 anos, hoje espera-se que ela chegue aos 73,4. Os dados da expectativa de vida do mineiro ainda não estão consolidados. O último levantamento disponível, de 2009, indicava uma média de 75,1 anos. Sociólogo e professor do Departamento de Demografia da UFMG, Cássio Turra atribui a maior longevidade à redução das mortes por doenças infectoparasitárias. Outro motivo é o prolongamento da vida de quem sofre de alguma doença crônica degenerativa. “Isso foi alcançado por meio das novas tecnologias na área da medicina, das melhorias no saneamento básico e da maior escolaridade”, afirma. O aumento da qualidade de vida também contribuiu para o salto. Aos 71 anos, a produtora de flores Dinda Hataba é exemplo dessa longevidade. Ela não tem problemas de saúde, nunca usou remédios e trabalha todos os dias da semana. “Saúde é prioridade para mim. Sei me alimentar bem e a profissão é o meu exercício físico diário”, conta a idosa, que faz longas caminhadas pela roça para plantar e colher flores. Previdência Além de ser um indicador da qualidade de vida da população, a expectativa de vida é usada pela Previdência Social como um dos parâmetros do fator previdenciário. No cálculo das aposentadorias, porém, o governo recorre aos dados da Tábua de Mortalidade, do IBGE. O motivo é que essa pesquisa é anual, enquanto o Censo acontece apenas de dez em dez anos. Na última edição, a expectativa de vida atingiu 73,5 anos e resultou em uma redução média de 0,42% no valor das aposentadorias.