Balanço aponta redução de incêndios na comparação com 2012 em Minas

Thais Mota - Hoje em Dia
31/07/2013 às 20:37.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:33
 (Leonardo Morais/Hoje em Dia)

(Leonardo Morais/Hoje em Dia)

Geralmente marcado por incêndios florestais, o período de estiagem em Minas Gerais este ano tem apresentado um índice de focos de calor bem abaixo do registrado no ano passado. Conforme dados do boletim Previncêndio, divulgado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, 559 focos foram contabilizados neste mês de julho contra 884 no mesmo período do ano passado. Já no acumulado dos sete primeiros meses do ano houve uma redução de 31,38% em relação a 2012. O número caiu de 2.329 para 1.598.   Entretanto, os números ainda são preocupantes. Em comparação com o mês de junho (209), o registro de focos de calor em julho mais que dobrou. E a situação pode se agravar ainda mais. Segundo o diretor de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais da Semad, Rodrigo Bueno Belo, agosto costuma ser um mês bastante crítico em função, principalmente, das condições climáticas desta época do ano.    Ainda segundo Rodrigo, um dos fatores que contribuiu para a redução do número de focos de calor em comparação com o mesmo período do ano passado também foi a questão climática, já que até o mês de junho ainda foram registradas condições de chuva e alta umidade no Estado. "Mas temos também ações integradas com o objetivo de prevenção e redução do número de incêndios e de responder rapidamente em caso de fogo em vegetação", afirmou.   Além disso, a partir do mês julho foi instaurada uma força tarefa de combate aos focos de incêndio coordenada pela Semad em parceria com as polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e organizações não-governamentais (ONGs). "A força-tarefa é aberta no período mais crítico para somar esforços e reduzir a perda de recursos nas ações de controle de incêndios até porque quanto maior o incêndio mais caro o combate".    Impactos   Além da perda de biodiversidade, os incêndios florestais trazem ainda prejuízos de ordem econômica e oferecem risco à saúde e à vida das populações que vivem no entorno das regiões afetadas. "Primeiro, há uma emissão de toneladas de monóxidos de carbono na atmosfera que interfere diretamente na saúde das pessoas. Além disso, há risco de queimar residências, intoxicar pessoas e destruição do patrimônio ambiental", disse o especialista.   Rodrigo Bueno ressaltou ainda que em alguns ecossistemas ou áreas um incêndio de grandes proporções tem impacto devastador. "Um incêndio em uma região de Mata Atlântica é muito mais danoso que no Cerrado. Já um foco em pequenas unidades de conservação acaba gerando um prejuízo muito grande", explicou. O diretor da Semad ressaltou ainda que este ano não houve registro de grandes incêndios em Minas Gerais.    Outro alerta feito pelo especialista é que, nesta época do ano, a maior parte dos incêndios são criminosos. "No período chuvoso, a intensidade desse tipo de ocorrência é bem menor e a maioria das chamas são provocadas por raios. Mas, a identificação das causas e origens de um incêndio desse tipo não é uma coisa simples. Existe até um curso de perícia em que é possível encontrar essas informações, mas as vezes o foco teve início com um palito de fósforo que está queimando nas cinzas", completou.   Incêndio x focos de calor   Segundo o diretor Rodrigo Bueno, há uma grande diferença entre focos de calor e incêndios florestais. "Há muita confusão entre os dois termos, mas os focos de calor são pontos, registrados via satélite, onde as temperaturas superam os 300°C. Não necessariamente são incêndios. Muitas vezes é uma telha onde o sol está batendo e a temperatura supera esse valor, por exemplo". Nestes casos, a força-tarefa verifica os pontos apontados pelo sistema e, em caso de incêndio, é iniciado o trabalho de controle das chamas.    No mês de julho, a Semad registrou 68 incêndios em unidades de conservação estaduais e outros 43 no entorno destas áreas e, em todos os casos, as chamas foram debeladas. Já nas regiões de conservação federal, o órgão registrou apenas duas ocorrências. Neste momento, não há nenhum incêndio registrado em Minas Gerais. 

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