Trancado no Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte, praticamente desde que nasceu, o pequeno Pedro Henrique Janneu Moreira deverá comemorar os seis meses de vida, no próximo dia 20, em São Paulo. Ele será transferido para continuar o tratamento da doença rara que tem no intestino (aganglionose), que acomete um a cada cem mil nascidos, drama já mostrado no Hoje em Dia.
Segundo o pediatra que acompanha o bebê no Sofia Feldman, Felipe Dutra, o Ministério da Saúde viabilizou o tratamento no Hospital Infantil Menino de Jesus, que tem parceria com o Sírio-Libanês, uma das principais referências em serviços de saúde no país.
Apesar da necessidade já diagnosticada de um transplante, no primeiro momento haverá a tentativa de reabilitação da criança sem a operação. A ideia, segundo Dutra, é a de que Pedro possa continuar o tratamento em casa. “Esse hospital terá condições de manter a alimentação por via venosa por um período”, afirma. Isso significa, na prática, mais uma luta para a família: a da mudança para São Paulo. “Estou com muito medo porque vou ter que ir sozinha com ele e nunca fui para lá”, desabafa a mãe, Célia Carolina Janneu, de 29 anos.
O marido dela, Neydivaldo de Sousa Moreira, de 37, terá que ficar em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com a enteada Ester, de 11 anos.
Necessidades
Se tudo sair como o planejado, a menina e ele se mudarão para São Paulo nos próximos meses. Mas, para isso, Neydivaldo precisará de dinheiro e de um emprego por lá.
É por isso que a campanha “Salvem o Pedro Henrique” agora deve ser ampliada. Se antes o foco era receber ajuda financeira para o procedimento médico, agora a família precisa de muito mais. Na lista entram, por exemplo, indicação de emprego para o pai do garoto, de casa para ser alugada, escola onde Ester possa estudar, entre outras coisas. “Trabalho como vigia, também tenho curso de mecânica. Mas aceito o que vier”, afirma Neydivaldo.
E, graças à página no Facebook criada para a campanha, as colaborações têm surgido. “Já consegui uma casa para deixar as malas, oferecida por uma mulher que viu nossa história”, afirma Célia.
Eles não sabem ao certo o dia que vão para São Paulo pois tentam conseguir um veículo apropriado e ajuda de custo por parte do governo, o chamado Tratamento Fora do Domicílio. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, é preciso fazer a solicitação para que o auxílio seja garantido, uma vez que não existe pedido no nome do bebê.