De 1 mês

Bebê morre vítima de coqueluche em BH; é o segundo óbito em Minas este ano

PBH alerta que cobertura vacinal contra coqueluche entre crianças está abaixo do recomendado

Bernardo Haddad*
@_bezao
Publicado em 04/10/2024 às 19:13.Atualizado em 04/10/2024 às 19:55.
 (Pixabay.com)
(Pixabay.com)

Um bebê de um mês morreu vítima de coqueluche em Belo Horizonte. A criança morava na região do Barreiro. Além disso, o número de casos da doença disparou na capital, passando de 87 no início de setembro para 160 até o momento - ou seja, quase dobrou. As autoridades reforçam a importância da vacinação.

A morte foi confirmada nesta sexta-feira (4) pela PBH. Esse foi o segundo óbito da doença em Minas neste ano. O primeiro ocorreu em 19 de julho, também de um bebê de um mês, que residia em Poços de Caldas, no Sul. O Estado não registrava mortes desde 2019. 

O Hoje em Dia entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) para solicitar uma atualização dos casos e aguarda retorno. 

Cobertura vacinal está baixa em BH

A cobertura vacinal contra a coqueluche entre crianças em Belo Horizonte está abaixo do ideal, alerta a PBH. Segundo o Executivo, em menores de 1 ano é de apenas 68,2%. Para crianças com 15 meses está em 59,7%. E para aqueles com 4 anos está em 60,4%. 

A prefeitura alertou que é “indispensável que as gestantes se vacinem com a dose que protege contra a coqueluche, uma vez que essa imunização produz anticorpos para mãe e bebê, resultando em uma proteção nos primeiros meses de vida até que a criança inicie o esquema vacinal, aos dois meses de idade”.

Como forma de prevenção, Belo Horizonte ampliou a aplicação da vacina contra a coqueluche para grupos específicos. O imunizante está sendo ofertado para profissionais da saúde que atuam em atendimentos de ginecologia, obstetrícia, pediatria, além de doulas e trabalhadores de berçários e creches com crianças de até 4 anos. Desde esta ampliação, iniciada em junho, já foram aplicadas cerca de 19 mil doses.

A vacina está disponível nos centros de saúde e no Serviço de Atenção à Saúde do Viajante. Os endereços podem ser verificados no portal da Prefeitura de Belo Horizonte

Entenda o esquema vacinal da coqueluche 

As vacinas contra coqueluche integram o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Além de bebês, gestantes e puérperas (mulher no período de seis a oito semanas após o parto) podem receber a vacina.

O esquema vacinal primário nos bebês é composto por três doses, aos 2, 4 e 6 meses, com a vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b.

As doses de reforço com a vacina DTP (contra difteria, tétano e coqueluche), conhecida como tríplice bacteriana, são aplicadas com 15 meses e 4 anos.

O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, destaca que a vacinação da gestante e do bebê é a melhor forma de proteção.

“Duas estratégias têm sido desenvolvidas para controlar coqueluche na criança pequena. Vacinar a gestante, porque ela transfere os anticorpos para o bebê e o protege, especialmente, no primeiro semestre de vida. E vacinar a criança aos 2, 4 e 6 meses, sem atraso. A partir de 6 meses de vida, o bebê fica protegido com a sua própria vacinação”, explica.

*Estagiário, sob supervisão de Renato Fonseca

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