No Carnaval de Belo Horizonte já existem blocos que tocam rock, jazz, axé e forró em ritmo festivo. Só faltava mesmo era quem aproveitasse a folia para homenagear a música verdadeiramente popular. Neste ano, dois blocos estreiam com a proposta de homenagear a música considerada brega: Beiço do Wando e US Beethoven.
O primeiro está previsto para sair na segunda-feira, 8 de fevereiro – coincidentemente, dia em que a morte de Wando completa quatro anos. A intenção é que a concentração aconteça na avenida Getúlio Vargas, bairro Funcionários, em frente à boate Sayonara.
A turma é formada por músicos, jornalistas e amigos do bairro Havaí. Sidney Magal, Gretchen, Odair José e Fagner são alguns artistas homenageados. “A maioria dessas músicas fizeram parte da nossa infância ou juventude.
O termo brega era usado como pejorativo, para músicas excessivamente românticas, mas para nós isso tem um tom nostálgico”, conta o músico Guilherme Lopes, adiantando que o bloco terá ensaio aberto no domingo, às 14h, em frente a Autêntica (rua Alagoas, 1.172, Savassi).
Falcão
Já o US Beethoven está previsto para sair pelas ruas da Savassi na manhã do domingo que antecede o Carnaval, dia 31. O bloco foi criado por integrantes de baterias de vários blocos, especialmente a turma que toca surdo. A intenção é tocar músicas consideradas bregas feitas entre os anos 60 e 90.
“Escolhemos esse tema porque queríamos alegria. Quem não se diverte com essas músicas bregas? Nosso slogan é ‘me chama que eu vou’, em referência a uma música do Sidney Magal”, conta o design gráfico Gilson Reis, lembrando que o cantor Falcão mandou um vídeo para o bloco agradecendo a homenagem que será feita a ele.
Bregarnaval
Embora em blocos seja novidade, a conciliação entre Carnaval e música popularíssima na capital não é. No dia 22, no Baixo Centro Cultural (rua Aarão Reis, 554), a Orquestra Mineira de Brega realiza, pelo quarto ano, o seu “Baile Bregarnaval”.
Além de músicas consideradas brega que são “para pular”, o grupo faz versões em ritmos carnavalescos para sucessos, como “Fogo e Paixão”, de Wando.
“Nesse show, há um momento em que damos um grande enfoque ao pagode, pois sabemos que esse gênero era influência para os cantores populares dos anos 70”, afirma Artênius Daniel, tecladista do grupo.