Belo Horizonte terá licitação para crematório público

Danilo Emerich - Do Hoje em Dia
12/03/2013 às 10:11.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:48

(Toninho Almada/Hoje em Di)

A prefeitura vai abrir licitação para construir o primeiro crematório público da capital. A expectativa é a de que o processo tenha início ainda em 2013. O espaço deverá ser erguido em um dos quatro cemitérios municipais de Belo Horizonte: Bonfim, Paz, Saudade ou Consolação. O anúncio foi feito pelo prefeito Marcio Lacerda. Ele não detalhou quando a estrutura vai começar a funcionar ou quanto vai custar.

Na esfera privada, a burocracia impede BH de ter fornos crematórios desde 2005. Dois foram instalados há oito anos no cemitério particular Parque da Colina, no bairro Nova Cintra, zona Oeste da capital. Mas não podem funcionar porque não há autorização da prefeitura. A justificativa é a de que falta documentação.

Viagem

Com o imbróglio, famílias que querem cremar parentes têm que ir a Contagem, na região metropolitana. Lá, é oferecido o único serviço do tipo na Grande BH. Como o cemitério é privado, a abertura de mais crematórios na região criaria concorrência, beneficiando os clientes. Segundo o assessor da presidência do Parque da Colina, Roberto Toledo, os dois fornos contam com a tecnologia mais moderna para cremação.

A manutenção caberia a engenheiros especializados. “O motivo de não operarmos é de ordem burocrática interna da PBH. Há falta de vontade política”. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente alega que nem toda documentação foi entregue pela administração do cemitério para a liberação do crematório.

A afirmação, porém, é contestada pelo representante do Parque da Colina, que garante estar com as exigências em dia. “Há muita demanda em Belo Horizonte pelo serviço. Recebemos dezenas de ligações todos os dias perguntando sobre a cremação”, diz Toledo.

Alternativa limpa

O geólogo Leziro Marques Silva, doutor em engenharia e meio ambiente da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo, afirma que a cremação é a solução ideal. No processo, são liberados apenas gás carbônico e vapor d’água. No sepultamento tradicional, há risco de contaminação do solo devido ao necrochorume liberado pelos corpos em decomposição.

“Na cremação, o corpo é incinerado a uma temperatura superior a 1.000°C. Todos os micro-organismos morrem. Os resíduos são inertes e podem ser dispensados em aterro sanitário”, diz Silva. Segundo ele, as cinzas podem ser usadas até como adubo e o processo dispensa jazigos e outras taxas.
 

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