Belo-horizontinos aderem ideia carioca e denunciam preços abusivos

Thaís Mota - Hoje em Dia
Publicado em 29/01/2014 às 17:11.Atualizado em 20/11/2021 às 15:40.
Aos moldes do Rio de Janeiro, a capital mineira agora também tem o "BH $urreal - NÃO PAGUE". Criada há menos de 15 dias, a página do movimento no Facebook já reúne quase mais de 30 mil usuários interessados em saber sobre locais e produtos com preços abusivos em Belo Horizonte. 
 
Segundo o jornalista e idealizador da página, Flávio Peixe, a iniciativa surgiu depois de conhecer a Rio $urreal, que reúne mais de 140 mil internautas. "Assim como no Rio, aqui em BH os preços estão bem altos e a qualidade dos serviços está baixa. Então, depois de conhecer e ler a respeito da página do Rio, eu decidi criar uma aqui também, mas não esperava tanto sucesso porque o público mineiro geralmente é mais fechado".
 
Na BH $urreal, são postadas fotos enviadas por colaboradores de notas fiscais, cardápios e produtos cujos valores estejam acima da média. Mas, segundo Flávio Peixe, alguns critérios são adotados para checar as informações antes que a publicação entre no ar. "A primeira coisa que fazemos é analisar o preço médio do produto no mercado através de pesquisas do Mercado Mineiro, ou, no caso de produtos que não tem pesquisa, fazemos uma sondagem em pelo menos três estabelecimentos para saber se o preço está dentro ou não daquilo que o mercado pratica".
 
Uma das imagens postadas nesta quarta-feira (29) mostra um pote de castanha do pará, cujo preço do quilo consta na embalagem como R$ 73,99. "Após checar em uma pesquisa do Mercado Mineiro que o valor médio do produto estava em torno de R$ 40 ou R$ 45 na época do Natal, quando ele costuma estar mais caro, decidimos postar a foto. É praticamente 80% mais caro", afirmou.
 
Além disso, Flávio Peixe e outros três administradores, que o ajudam com a página, também tentam contato com os usuários antes para verificar a veracidade das imagens, o local onde foram feitas e a data em que foi tirada "Essa checagem é a mais difícil, mas, se você me mandar uma foto só do preço, sem uma definição clara de onde vem, a gente prefere não postar. Ontem mesmo nós recebemos fotos em que era possível ver que haviam sido retiradas da internet e não queremos perder credibilidade", afirma.
 
E a iniciativa já tem surtido efeito. De acordo com o jornalista, o proprietário de um bar, citado em uma das postagens, comentou na página dizendo que "iria sentar com o pessoal e rever o preço". "Lógico que não deve ter gostado da reclamação, porque de certa forma a primeira impressão é negativa, mas nosso objetivo é justamente esse: trazer benefício para os consumidores e fazer com que as partes dialoguem". Além desse caso, uma rede varejista também citada em uma postagem do BH $urreal entrou em contato com os organizadores para tentar entender como funciona a página.
 
Quanto à possibilidade de ganhar dinheiro com a página, Flávio Peixe descarta. Segundo ele, a possibilidade de anúncios na página pode descaracterizar a ideia. "Na verdade, a gente até já recebeu contato de uma empresa interessada em anunciar, mas esse não é um negócio para ganhar dinheiro. Nosso retorno é a qualidade e preços justos para os consumidores".
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