(Maurício Vieira)
A capital dos botecos volta à ativa após cinco meses de bares fechados por conta da pandemia de Covid-19. Dentro do “novo normal”, muitos belo-horizontinos decidiram curtir a noite de sexta-feira fora de casa, movimentando os estabelecimentos no primeiro dia de reabertura desde o início da pandemia, em março.
Na maioria dos locais percorridos pelo Hoje em Dia, clientes e proprietários de bares e restaurantes seguiram à risca as regras sanitárias de prevenção ao coronavírus. Porém, na rua Alberto Cintra, no Cidade Nova, tradicional point jovem da capital, estabelecimentos tiveram que fechar por conta de aglomerações. A orientação foi dada pela Guarda Municipal.
Em outras áreas consideradas boêmias, os clientes também apareceram, mas sem registro de aglomerações. Redução da capacidade de público, o feriado prolongado e o veto à programação cultural, como música ao vivo, podem ter contribuído para que não se repetisse em BH cenas vistas no Rio e em São Paulo, onde houve até confusão.
Para o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI), Estevão Urbano, também há uma parcela considerável da população que teme ir nesses locais e ser contaminada pelo coronavírus. “De fato há um risco grande”, enfatiza.
Os proprietários de bares e restaurantes garantem ter adotado todas as medidas de segurança, como higienização constante das superfícies, uso de álcool em gel e de equipamentos de proteção individual. Mesmo assim, reconhecem que o primeiro fim de semana de reabertura servirá de teste que vai indicar como serão os próximos dias.
É o que afirma Shirley Oliveira, gerente do Muu Bar, na rua Pium-Í, no Sion, região Centro-Sul de BH. Para entrar no local, só com reserva e a música ao vivo foi cortada, para evitar pessoas em pé. A expectativa dela era a de que, no primeiro dia, o movimento fosse 80% menor.
Clientes
A retomada dos bares agradou. “Fez muita falta para o social, para a cabeça. Estava aguardando muito isso”, disse a contadora Valkíria Carvalho, de 52 anos, que saiu para passear com o marido, o comerciante Roberto Silva, de 58. Antes da pandemia, o casal frequentava esses locais cerca de três vezes por semana.
Sobre os cuidados, os clientes garantiram estar atentos. “Para ir ao banheiro eu uso máscaras e procuro higienizar as mãos”, afirmou o empresário Wenderson de Oliveira, de 32, que nesta sexta foi até um bar no bairro Lourdes, também na região Centro-Sul.
“Estamos buscando que bares e restaurantes tenham responsabilidade com a retomada. E contamos com a população, para que entre com máscara e só tire na mesa, mantendo o distanciamento. Tudo isso contribui para não haver excessos e para que não tenha risco de fechamento”, frisou Ricardo Rodrigues, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Leia Mais:
Bares da Alberto Cintra registram aglomeração e fecham sob acompanhamento da Guarda Municipal
Bares do Lourdes reabrem com todas as mesas ocupadas, mas sem aglomerações
MP pede suspensão das atividades de mineroduto da Anglo American em Conceição do Mato Dentro