Recuperação

Betim inaugura unidade da Apac nesta quinta; presos desses locais têm menor chance de reincidência

Vanda Sampaio
vsampaio@hojeemdia.com
31/03/2022 às 09:00.
Atualizado em 31/03/2022 às 09:10

Centro de Reintegração Social da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) em Betim (Guga Ribeiro / Divulgação Prefeitura de Betim)

Betim inaugura oficialmente nesta quinta-feira (31) uma unidade do  Centro de Reintegração Social da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs), com capacidade para abrigar 200 pessoas, sendo 104 em regime fechado e 96 em regime semiaberto. 

Focada no trabalho do preso, na participação da comunidade e da família, os resultados obtidos pelas Apacs em economia  e recuperação dos presidiários têm sido bem melhores do que no sistema prisional tradicional. 

Dados do Tribunal de Justiça de Minas Gerais mostram que 13,6% dos presos que passaram pelas Apacs do Estado voltaram a cometer crimes. Segundo Valdeci Antônio Ferreira, diretor-geral da Fraternidade Brasileira de Assistência aos condenados, no sistema carcerário a reincidência pode chegar a 80%. 


APAC BETIM / Divulgação

Os custos com a manutenção dos recuperandos também é menor. Segundo Valdeci, o gasto mensal com os apenados nas Apacs é de R$ 1.050 e, nos presídios, o valor é o dobro. 

No modelo adotado pelas Apacs os custos são menores e os resultados melhores, segundo o diretor, porque todos os presos trabalham nas atividades de segurança, cozinha, limpeza. Todas os cargos de gestão são ocupados por voluntários, que, muitas vezes, são integrantes da comunidade. 

Em Betim, o local possui duas quadras poliesportivas. Com foco na sustentabilidade e na economia, o projeto prevê o uso de energia solar e de lâmpadas de LED. Para a socialização e trabalho, os presos terão um padaria, uma horta e um pomar.  

“Não atuamos como fábrica de recuperação de presos, não somos uma prisão privada e nem temos solução para todos os problemas. Mas trabalhamos envolvendo o preso, a comunidade e o poder público”, explica o presidente da FBAC. 

Apesar dos bons resultados, as 46 Apacs em Minas Gerais recebem apenas 5.360 recuperandos. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), administra 182 unidades prisionais, com cerca de 60 mil presos. O número atual de vagas é de cerca de 38.974.


APAC BETIM / Divulgação

O trabalho nas Apacs é um dos pilares do modelo. Desde o início da pandemia, os recuperandos das Apacs produziram 2,5 milhões de máscaras que foram distribuídas para população de rua e asilos.

“Mostramos que essas mãos que feriram a sociedade também são capazes de ajudar a evitar as mortes de muita gente durante a pandemia”, avalia o presidente de FBAC. 

(Apac Betim/ Divulgação)

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