BH ainda enfrenta dificuldade para contratar médicos; cerca de 400 vagas seguem abertas

Bernardo Estillac
bernardo.leal@hojeemdia.com.br
Publicado em 29/12/2021 às 19:51.Atualizado em 04/01/2022 às 00:16.

Enfrentando sobrecarga nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e aumento no número de casos de doenças respiratórias, Belo Horizonte segue tendo de lidar com a falta de médicos em sua rede de assistência. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (29), o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, falou sobre a carência de profissionais.

"Nós ainda estamos com problema para achar alguns profissionais para completarmos nossas equipes. Já fizemos dois chamamentos para nossa rede para aumentar a jornada de trabalho. Profissionais que desejarem poderão ser contratados, basta que o currículo seja cadastrado no banco de currículos e serão chamados", disse o secretário.

A ampliação do horário de nove Centros de Saúde de BH está prevista para este sábado (1º), mas seu início também esbarra na falta de pessoal. A prefeitura espera preencher 90 vagas de profissionais de saúde para não adiar o início da medida.

Ao todo são 18 vagas para médicos, 18 para enfermeiros, 45 para técnicos de enfermagem e nove para cargos administrativos.

Além das vagas para os Centros de Saúde, a prefeitura busca 173 profissionais para atendimento para as UPAs. São 54 vagas para técnicos em enfermagem (30h semanais); 84 para médicos (12 horas semanais); e 35 enfermeiros (24h semanais).

De acordo com Jackson Machado, BH contratou cerca de 100 médicos nos últimos dias e a defasagem, que era de 536 profissionais no dia 21 de dezembro, hoje gira em torno de 400.

Interessados nos postos de trabalho devem se cadastrar no banco de currículos do município.

Recusa dos profissionais
Salário baixo e sobrecarga de trabalho são aspectos que afastam os profissionais das vagas da Prefeitura, de acordo com o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sindmed-MG).

Na entrevista desta quarta (29), Jackson Machado admitiu que o salário oferecido pela capital é um problema para a captação de profissionais. Ele afirma que se reunirá com a Secretaria de Planejamento da cidade para avaliar um aumento nos vencimentos para os médicos da rede municipal de assistência.

O não pagamento de plantões é outro problema admitido pela Prefeitura e explicado nesta quarta. De acordo com Machado, houve um atraso na remuneração das horas extras para os profissionais devido a falhas na adequação ao sistema de ponto eletrônico adotado pelo município a partir de setembro.

"Todos os plantões que hoje se encontram em atraso custam 700 mil reais em uma folha de pagamento de quase R$ 140 milhões por mês. Então, obviamente, é um problema de operação que está sendo resolvido. Até dia 7 (de janeiro) estará tudo quitado", afirmou o prefeito Alexandre Kalil (PSD) nesta quarta.

O secretário de Saúde de BH disse que espera que a medida tranquilize os médicos e os incentive a aceitar horários estendidos e a preencher as vagas oferecidas pela Prefeitura.

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