BH e cidades do interior recebem oficinas gratuitas para valorizar a cultura local

Da Redação
horizontes@hojeemdia.com.br
02/06/2017 às 19:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 17:18
 (Fotos Divulgação/FEA)

(Fotos Divulgação/FEA)

Dinamizar e fortalecer o fomento à cultura musical mineira. Esse é o objetivo do projeto “Territórios de Invenção – Residências Musicais”, que envolve 180 pessoas entre alunos e profissionais. O trabalho envolve a realização de oficinas gratuitas, chamadas de residências, durante cerca de 15 dias na capital e outros seis municípios de Minas.

Cada residência faz parte de um processo experimental, sem receitas ou formato preestabelecido, mas com um roteiro costurado entre o artista e as demandas locais. Nela, são ressaltadas as características e singularidades das cidades e dos públicos locais. O projeto é viabilizado pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC), por meio do Programa Música Minas, e desenvolvido pela Fundação de Educação Artística (FEA).

O projeto aconteceu em Diamantina, Pouso Alegre, Montes Claros, Uberlândia, Ouro Preto e Belo Horizonte. Além disso, no último dia 24, resultou no lançamento do livro “Territórios de Invenção: por uma formação musical expandida”. A partir do segundo semestre deste ano, um novo edital será aberto e a iniciativa chegará a outros cidades.

Com orçamento de R$ 405 mil, as seis cidades foram percorridas de junho a novembro do ano passado, abarcando diferentes gêneros e formas de fazer música.

Em Diamantina, o evento aconteceu por dez dias. Composições e partituras – desde os anos 1980 e encontrados nos acervos da cidade – orientaram o projeto na cidade. Essa experiência, inclusive, levou a mineira Anna Paula Cruz Duarte, musicista desde os 5 anos, a dar novos rumos para a carreira profissional.

“Na época dos Territórios de Invenção, eu estudava engenharia e já estava em períodos avançados, faltando pouco para me formar. Porém, ainda não havia me encontrado. Logo após a residência terminar, tomei a decisão de seguir carreira na música e vim para a capital estudar flauta doce na Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). A música sempre esteve na minha vida. Agora, vai virar profissão e coisa séria”, aponta.

A nova estudante conta que, durante as duas semanas de residência, os alunos, em sua maioria músicos aprendizes, vivenciaram um momento especial. “Foi uma grande oportunidade de resgatar as partituras, ver a recuperação, catalogar e aprender a usar essas relíquias da música mineira”.

O secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais, Angelo Oswaldo, destacou que quase todos os municípios têm orquestras e conservatórios ou cursos superiores de música, o que contribui para o sucesso do projeto Territórios de Invenção

Divulgação/FEAProjeto viabilizado pela Secretaria de Estado de Cultura recebeu R$ 405 mil

Ambientes propícios favorecem sucesso das atividades

Todas as cidades selecionadas contaram com “ambientes propícios ao fomento cultural que o projeto visa proporcionar”, segundo o secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo. Para ele, isso contribuiu com o sucesso da iniciativa.

“Quase todos os municípios têm orquestras e têm conservatórios ou cursos superiores de música”, observa. “É muito estimulante que a entidade selecionada para implementar o programa seja a FEA, dirigida pela Berenice – ambas, são referências internacionais da música mineira e garantia de qualidade na execução do projeto”, destacou o secretário.

Para o músico organista, pesquisador e atual professor do Conservatório Estadual de Diamantina Lobo Mesquita, Evandro Archanjo, a importância da residência para Diamantina já extrapola os limites do território das residências e continua reverberando na cidade.

Em Pouso Alegre, o músico e compositor Kristoff Silva abordou a canção e suas interfaces criativas. Em Montes Claros, o grupo Serelepe dedicou a residência ao universo da canção infantil, para um público de crianças e educadores.

Em Uberlândia, os compositores Sérgio Rodrigo e Rafael Macedo experimentaram novas formas de criação e de composição musical em parceria. Em Ouro Preto, Ione de Medeiros e o grupo Oficcina Multimédia envolveram o público em sua abordagem cênica do fenômeno musical.

Já em BH, o compositor Roberto Victorio introduziu os participantes no universo da música contemporânea de concerto, a partir do tripé composição, regência e pesquisa, que norteia o trabalho que ele realiza.

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