BH já possui nove polos de comércio segmentado

Tatiana Moraes/Hoje em Dia
21/07/2014 às 08:13.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:27
 (Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

A avenida Silviano Brandão é sinônimo de móveis, assim como o Barro Preto é o bairro da moda. Esses podem ser os mais tradicionais, mas não são mais os únicos corredores de comércio especializado de Belo Horizonte.

Pelo menos nove polos de lojas estão estruturados em Belo Horizonte. Alguns exemplos, já consolidados, são a alta costura concentrada nos bairros Lourdes e Cidade Jardim; as lojas de equipamentos médicos e hospitalares de Santa Efigênia; os concorridos sebos do Edifício Maletta; e o último quarteirão da rua Carijós, dominado por lojas de venda e manutenção de aparelhos eletrônicos.

Outros, como as óticas na Avenida Brasil e as concessionárias na Raja Gabáglia e Barão Homem de Melo, estão em franco crescimento. Há, ainda, aqueles que lutam para não perder espaço, como é o caso das casas de pedras ornamentais da avenida Barão Homem de Melo.

Marmorarias

A marmoraria Pyrâmide está instalada na Barão há 22 anos e é uma das mais tradicionais da região. De acordo com o proprietário, Márcio Eustáquio Carvalho Silva, as 16 empresas do setor que funcionam na avenida se ajudam mutuamente. “É uma troca constante. Todo mundo se conhece. Quando o cliente chega procurando o produto que a loja não tem, indicamos outra”, afirma.

Na avaliação do empresário, o fluxo constante de clientes mantém o faturamento estável. Em momentos de retração econômica como o atual, o faturamento da marmoraria não é afetado.

“As pessoas vêm procurar por pedra e fazem orçamento em várias empresas. Fazemos de tudo para conquistá-las”, diz.
A variedade de produtos também contribui para atrair o cliente. De acordo com o diretor de Marketing da empresa, Dener Christo, a Pyrâmide possui cerca de 500 tipos de pedras.

“Comercializamos pedras de várias partes do mundo, como Índia, Itália e Oriente Médio. Essa variedade agrada aos decoradores, arquitetos e designers de interiores, que disseminam nosso trabalho”, explica.

A estabilidade financeira proporcionada pelo polo comercial também é citada pelo proprietário da Marmoraria São José, Romeu Bottaro, como vantagem. “Atendemos pessoas de todas as classes aqui. E vem gente de todas as regiões também”, comenta.

Pedras cedem espaço aos veículos

As marmorarias da avenida Barão Homem de Melo estão, aos poucos, cedendo espaço a outro polo[/LEAD], o das concessionárias. Há alguns anos, eram 23 marmorarias. Hoje, são 16. Em contrapartida, as revendedoras de automóveis, novos e usados, já somam 31 lojas. O número ultrapassa em uma unidade a quantidade de lojas do ramo na Raja Gabáglia, outro corredor tradicional de veículos.

Atualmente, todas as marcas com fábricas no país podem ser encontradas na Barão. E, também, uma série de lojas de importados.

Segundo Carmem Massote, gerente da Chamonix, concessionária Citröen, é comum que clientes entrem na agência sem saber o tipo de carro que desejam.

“Quando isso acontece, fica claro que a pessoa decidiu ir à Barão pesquisar, porque sabe que na avenida existem várias concessionárias. E cabe a nós fazer a venda”, afirma.

Ela também cita o tráfego da região como aliado. “Quem vai ou volta do Belvedere, além dos bairros da região, passa por aqui e nos vê”, afirma.

Pontiac

Gustavo Pedron de Souza, proprietário da Newcar, revenda de carros usados também instalada na Barão, tem uma tática quase infalível para atrair quem anda pela Barão: um Pontiac amarelo, conversível, modelo 2008, que fica na vitrine.

“Chamamos o carro de isca. As pessoas passam por aqui, veem o Pontiac, e voltam para entrar nele. Como o cliente está na loja, ele acaba vendo o que temos e, muitas vezes, fecha a compra”, diz.

A Newcar é nova na avenida. Chegou em janeiro. Antes, o proprietário possuía outras duas lojas nas proximidades, mas fora da Barão. A mudança para o novo ponto foi o pulo do gato. Antes, a loja atraia clientes por meio de anúncios. Hoje, a maioria dos clientes são consideradas “de porta”.

“São aqueles que passaram, viram algo que gostaram e voltaram. Os anúncios reduziram”, explica.

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