“BH terá 10 mil policiais no Carnaval”, diz tenente-coronel

Renato Fonseca - Hoje em Dia
06/02/2014 às 08:34.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:50

(Wesley Rodrigues)

A 23 dias do Carnaval, que deve reunir 1 milhão de foliões em Belo Horizonte, em mais de 200 blocos caricatos, a polícia promete colocar 4 mil militares extras nas ruas para garantir a ordem durante a festa de Momo. O anúncio do reforço no efetivo, que hoje é de 6 mil homens, foi feito pelo tenente-coronel e porta-voz da PM, Alberto Luiz Alves, em entrevista ao programa Central 98, da rádio 98 FM. Na última quarta-feira (5) foi a estreia do trabalho integrado entre a emissora e o Hoje em Dia. Às quintas-feiras, o jornal trará os destaques da conversa no estúdio.

Em 11 meses, os crimes violentos praticados em Belo Horizonte aumentaram 20%. De janeiro a novembro de 2013, foram 27.775 roubos, estupros, extorsões e homicídios. Qual será a atuação da Polícia Militar, em 2014, para diminuir esses índices?

Trabalhar com o envolvimento de todos e ter o único objetivo de minimizar os problemas. Tivemos também um aumento de quase 50% nas prisões realizadas. Porém, é preciso que as pessoas que cometem esses crimes tenham o sentimento de que serão punidas.

Recentemente, o Hoje em Dia mostrou que cinco das nove câmeras do Olho Vivo na região da Savassi estão com defeito. Qual é a situação atual desses equipamentos em toda a cidade?

A tecnologia é bem-vinda e temos que avançar ainda mais. Estamos com cerca de 120 câmeras no Hipercentro e 30% delas estão com defeito. É um equipamento digital que passa por essa questão de reparos. Também temos um momento atual de obras na cidade e o cabeamento das câmeras foi prejudicado, mas isso é momentâneo. Estamos com recurso assegurado e passando por um processo licitatório obrigatório.

Mas 30% dos equipamentos danificados é um número muito alto. Quando esses aparelhos serão reparados?

No primeiro semestre...

...Tenente-coronel, primeiro semestre pode significar uma espera até junho.

Sim, mas no ano passado já havíamos conversado com o setor responsável e até março estaremos com a licitação pronta.

Conflitos entre criminosos para dominar o tráfico de drogas no Aglomerado da Serra são um dos principais problemas enfrentados atualmente e assustam moradores das vilas e da região Centro-Sul. Como tem sido a atuação da PM?

A polícia nunca deixou de atuar na Serra. Estamos intensificando uma ação pontual contra aqueles que estão achando que são donos do pedaço. O problema persiste sim, mas nós também seremos persistentes em atuar contra os bandidos.

Moradores da parte baixa da Serra reclamam de tiroteios frequentes, o que antes não ocorria. A Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) teria acirrado o problema e levado os bandidos a sair de lá e cometer assaltos no entorno?

A Aisp não veio para acirrar ou trazer problema. Ela cria uma integração entre as polícias Militar e Civil. Veio para facilitar a vida do cidadão que precisa registrar um Boletim de Ocorrência, por exemplo.

Faltam quatro meses para a Copa do Mundo e é provável que haja manifestações como as de junho de 2013. Qual será a postura da polícia em relação aos protestos?

O espaço é livre para a manifestação. Porém, bandido é bandido e cidadão de bem é cidadão de bem. Caso ocorra a infiltração de vândalos, como no ano passado, a polícia vai atuar para prendê-los.

E com relação ao Carnaval? O evento deste ano promete ser o maior da história de BH, com a expectativa de 1 milhão de foliões. Haverá efetivo suficiente?

Nós temos em torno de 46 mil policiais em todo o Estado. Em Belo Horizonte são 6 mil. No Carnaval, o Comando de Policiamento da Capital (CPC) terá reforço e acreditamos que estarão nas ruas cerca de 10 mil policiais.

O Carnaval remete ao bárbaro assassinato de um casal de Belo Horizonte que passeava pela Serra do Cipó, há um mês. A Serra e outras localidades como Lavras Novas e Macacos estão entre os destinos mais procurados por quem que fugir da folia. O duplo homicídio fez a PM rever a forma de atuação nesses locais?

Esse bárbaro acontecimento traz perplexidade a todos. Entendemos essa sensação de insegurança. O dever da Polícia Militar é restabelecer essa ordem. É uma recomendação do governo do Estado e do comandante-geral reforçarmos o policiamento nesses locais. Não podemos nos curvar diante dos bandidos. Eles é que têm que se curvar.

Nos últimos dias, fortes rumores davam como certa a saída da coronel Cláudia Romualdo do cargo de chefe do CPC...

Isso é pura especulação. Não sei quem lançou isso no ar. Não houve nenhum tipo de intenção. Nem por parte dela nem do comando.
 

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