BH vai armar barreiras para forasteiro com Covid

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
Publicado em 12/05/2020 às 09:50.Atualizado em 27/10/2021 às 03:29.

Com a taxa de isolamento social em Belo Horizonte na casa dos 50%, os olhares começam a se voltar para as pessoas que vêm de fora. Treze barreiras sanitárias e tentativa de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para barrar pacientes com Covid-19 de outros estados são tentativas de frear o vírus na capital mineira. O “lockdown” (fechamento) não está descartado.

A partir da próxima semana, quem vier ao município terá que passar por um “check-up” antes de pisar no território. Motoristas e passageiros em carros e ônibus serão submetidos à medição da temperatura e a um questionário para apontar se estão com sinais de infecção ou tiveram contato com notificações suspeitas do novo coronavírus.

Nos dois casos, serão encaminhados para fazer exames. Não ha previsão de impedir a entrada dessas pessoas. 

“Belo Horizonte está mantendo nível muito aceitável de casos, mas a gente vê que isso não acontece da mesma forma em cidades vizinhas. Não que nessas localidades se tenha muitos casos, mas há uma flexibilização talvez não ideal. A grande ameaça (para a capital) no momento não é a região interna, mas o que vem de fora”, destaca o infectologista Estevão Urbano, um dos especialistas do comitê de enfrentamento à Covid-19 criado na metrópole.

A implantação das barreiras sanitárias depende dos termômetros infravermelhos. Os equipamentos devem chegar na próxima semana

O médico reforça preocupação com pacientes "importados". De acordo com o prefeito Alexandre Kalil, são nove casos em hospitais particulares da cidade: cinco do Pará, dois de São Paulo, um do Rio de Janeiro e outro do Espírito Santo. “É claro que ninguém vai negar socorro para ninguém, mas todo dinheiro posto aqui é para a nossa população, que está se sacrificando”, disse o chefe do Executivo. 

Uma das estratégias para controlar quem vem para a capital seria impedir, nos aeroportos, o embarque dessas pessoas para BH. A Anvisa será acionada. Em nota, o órgão federal informou que “aguarda o questionamento oficial da prefeitura” para se pronunciar.

“Depende de nós, eu não quero trancar essa cidade. Agora, a população de BH tem três anos e meio que me conhece. Não se espante se Belo Horizonte for a primeira cidade a ser trancada. O povo é que vai determinar a reabertura ou lockdown”
Alexandre Kalil - Prefeito de BH

Enquanto isso, a aposta são as barreiras sanitárias. Os treze pontos que receberão as estruturas com agentes da BHTrans, Guarda Municipal e Polícia Militar, além de técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), são mapeados. Um dos desafios é identificar as possíveis rotas de fuga, que poderiam prejudicar a operação. 

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