Blitz na Praça 7 alerta sobre a necessidade de combater violência sexual infantojuvenil
Apenas no período de Carnaval foram registrados no canal de denúncias “Disque 100” mais de 73 mil violações a partir de 11,3 mil denúncias.
Uma blitz de conscientização contra a violência e exploração sexual de crianças e adolescentes foi realizada na Praça 7, no Centro de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (14). Desencadeada pela Prefeitura de BH e outros agentes institucionais, a ação faz parte da campanha Maio Laranja, e ocorre desde 9h ao lado do Cine Brasil.
Na atividade estão sendo distribuídos panfletos educativos e também intervenções arte-educativas com o objetivo de sensibilizar, conscientizar e alertar sobre a necessidade de combater esse tipo de crime, bem como incentivar o registro de denúncias das violações sofridas pelo público infantojuvenil.
"Infelizmente a violência sexual contra crianças e adolescentes, na maior parte das situações, acontecem na própria casa da criança, por pessoas conhecidas. Então a gente vem pra rua pra fazer justamente o contrário, para poder gritar que isso não pode acontecer, que as famílias precisam denunciar e procurar ajuda, e ajuda são os serviços de assistência às famílias que passam por isso têm prioridade de atendimento nos nossos serviços", explicou Camila Batista, gerente de Assistência Social da PBH.
Os números relacionados a esse tipo de crime assustam. Apenas no período de Carnaval foram registrados no canal de denúncias “Disque 100”, da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), mais de 73 mil violações a partir de 11,3 mil denúncias no período de 8 a 14 de fevereiro. Durante o carnaval de 2023, foram 53,5 mil violações por meio de 8,1 mil denúncias.
"A gente está distribuindo o material que tem todas essas informações, mas pode ligar para a própria Polícia Militar. O importante é a gente não deixar as famílias passarem por isso em segredo. Precisa denunciar para que o cuidado adequado seja feito. Ao longo de todo mês de maio a gente tem ações diversas pela cidade", explicou.
Conforme o executivo municipal, estão sendo realizadas ações e atividades que fomentam o trabalho social com as famílias, com crianças e adolescentes, propondo reflexões e realizando orientações com foco na prevenção a essa prática, além da proteção especializada às vítimas. São oficinas, rodas de conversa, esquetes teatrais, leitura de livros, caminhadas e outras formas de expressão no intuito de reforçar a importância de disseminar informações sobre essa situação de desproteção social e ampliar a divulgação dos canais de denúncia. Clique aqui e confira toda a programação desenvolvida ao longo do mês.
Como denunciar?
A principal forma de denúncia em todo o país é o Disque 100, que recebe denúncias anônimas e funciona 24 horas por dia, inclusive nos fins de semana e feriados. Se a violência está acontecendo e é possível interromper a situação naquele momento, a Polícia Militar pode ser acionada pelo telefone 190. Outro órgão que atua especificamente no caso de crianças e adolescentes é a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente - DEPCA (3228-9000).
Em Belo Horizonte, os Conselhos Tutelares também podem ser acionados por meio de denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes. A capital conta com nove Conselhos Tutelares, um em cada regional. O município ainda conta com o Plantão Centralizado dos Conselhos Tutelares que funciona de segunda a sexta-feira, de 18h às 8h, e 24 horas por dia aos finais de semana e feriados.