Boatos nas redes sociais prejudicam cobertura vacinal

Flávia Ivo
fivo@hojeemdia.com.br
12/04/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:06

Informações falsas fornecidas por leigos ou mesmo por fontes da área da saúde de seriedade questionável sobre as vacinas de uma forma geral, amplamente divulgadas nas mídias sociais, têm trazido preocupação aos profissionais da imunização. 

Os mitos espalhados sobre os fármacos auxiliam na redução da cobertura vacinal, afirma a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai. “Hoje, como todo mundo é comunicador, o que aparece nas redes acaba sendo considerado verdade. E as informações correm com uma rapidez absurda”, observa a imunologista.

A mesma análise é feita pela coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Carla Magda Domingues. “Esses boatos não têm nenhuma verdade científica. Todas as vezes que se vê algum tipo de notícia de que as vacinas matam ou causam consequências graves, é preciso consultar fontes seguras para assegurar ou refutar aquela informação”, diz.

“A vacina é um medicamento e não há nenhum remédio livre de eventos adversos, porém, no caso das vacinas, o número é infinitamente menor”Carla Magda DominguesCoordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde

Antigas

As mentiras contadas no Facebook ou dispersadas pelo WhatsApp, muitas vezes, baseiam-se em surtos de doenças ocorridos no passado e até há décadas.

“Nas épocas em que os boatos ocorreram, eles já foram desmentidos, mas voltam a circular criando pânico na população e, consequentemente, fazendo com que as pessoas evitem a vacinação”, coloca Marilene Lucinda Silva, médica clínica diretora do setor de vacinas do Laboratório Hermes Pardini.

Combate

Para evitar que as balelas prejudiquem a cobertura vacinal (quantidade de pessoas imunizadas em uma região), Carla Domingues destaca a importância da disseminação de informações reais a cerca dos fármacos.

“Temos um grupo no Ministério da Saúde que trabalha justamente nisso. Assim que um boato sai nas redes sociais, a informação é passada para a área técnica, que transforma os dados científicos em uma linguagem mais entendível para a população e divulga a verdade também pelas mídias sociais”, relata. 

“É preciso mostrar que a pasta trabalha com evidências científicas comprovadas”, conclui.

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