Bonfim é o primeiro cemitério 100% informatizado

Da Redação (*)
horizontes@hojeemdia.com.br
16/05/2016 às 09:49.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:27
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Com o objetivo é otimizar o gerenciamento das atividades relacionadas ao cadastramento, manutenção e movimentação de inumados (indivíduos sepultados), o Cemitério Nosso Senhor do Bonfim passa a contar com um sistema informatizado.

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, o Bonfim foi o primeiro cemitério a ter 100% de seu cadastro informatizado. Ao todo, mais de 95 mil fichas, contendo dados do sepultamento, causa da morte, número de jazigo, dados dos familiares, entre outras informações, foram transcritas, digitalizadas e inseridas no sistema. 

Além da segurança da informação e da praticidade nos trâmites de sepultamento e consultas, o SINEC vai trazer mais conforto para familiares e amigos dos inumados, que vão poder consultar de casa as informações gerais referentes ao sepultamento (data, número do jazigo, localização).

Segundo Karine Paiva, presidente da Fundação de Parques Municipais, o trabalho de levantamento e registro das fichas no sistema foi realizado por 10 digitadores durante seis meses. “A Prefeitura de Belo Horizonte vem investindo em diversas melhorias em seus serviços. O Bonfim é o cemitério mais antigo da cidade, com um acervo histórico rico e um volume muito grande de informações armazenadas, até hoje, na forma física (em livros) apenas. O SINEC é uma grande conquista em relação à segurança dos dados, à constituição de um acervo de fácil e rápida consulta e à otimização dos processos tanto para o Cemitério quanto para as famílias”, comemora. 

    Os outros cemitérios municipais também serão integrados ao SINEC. O Cemitério da Saudade já conta com mais de 16 mil fichas cadastradas e o da Consolação, mais de 8 mil, todas realizadas dentro da licitação dos trabalhos do Cemitério do Bonfim, que previa a informatização de mais de 100 mil fichas. Ainda este ano, a Prefeitura deve abrir nova licitação para informatizar 100% das fichas das quatro necrópoles municipais.

Márcio Adauto, chefe de divisão de necrópoles, acrescenta que, paralelamente à implantação do SINEC no Cemitério do Bonfim, ocorreu também o levantamento físico das sepulturas no local, que somam mais de 17.300 unidades. O trabalho tem a intenção de colocar em prática os conceitos previstos no decreto nº 16.227, de 5 de fevereiro de 2016, que regulamenta a Lei Municipal nº10.828/2015. De acordo com a legislação, pode haver a perda do direito à concessão dos jazigos públicos a família que ficar inadimplente com a taxa de manutenção do cemitério, não realizar a manutenção da estrutura do jazigo ou não efetivar a transferências da titularidade do jazigo (em caso de óbito do titular) dentro do prazo previsto.  

“Entre julho e setembro do ano passado, percorremos todos os jazigos no Cemitério do Bonfim e emitimos um laudo do estado de conservação. Temos cerca de 870 jazigos em péssimo estado de conservação e cerca de 5 mil deles necessitando de algum tipo de reparo menor. Além disso, temos cerca de 30% em situação de inadimplência por prazo igual ou superior ao previsto na referida lei. Só nestas condições, estimamos ter entre 4 e 6 mil jazigos em situação de possível recuperação da concessão para disponibilizar novamente à população. Agora, estamos apurando os jazigos cuja transferência de titularidade ainda não foi feita, extrapolando o prazo previsto em lei, que com o decreto passa a ser de 4 meses após o óbito do titular. Iniciamos à comunicação às famílias e esperamos regularizar grande parte dessas pendências”, explica Márcio Adauto. 

Cemitério do Bonfim

Inaugurado em 8 de fevereiro de 1897, pela Comissão Construtora da Nova Capital, o Cemitério do Bonfim é a necrópole mais antiga da cidade. O local é fonte de pesquisa de vários profissionais, devido a seu acervo histórico, caracterizado por esculturas decorativas de túmulos e mausoléus. Muitas dessas são de autoria de escultores italianos que vieram para o Brasil em fins do século XIX. Em todo o Cemitério, podem ser observadas obras de arte de estilos diversos, desde a Belle Èpoque, o Art Deco, ao modernismo brasileiro.
 



Visitas Guiadas

A Fundação de Parques Municipais, em parceria com Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA), oferece à população o projeto Visitas Guiadas ao Cemitério do Bonfim. 

Guiadas pela historiadora e professora, Marcelina das Graças de Almeida, as visitas exploram aspectos da arte, cultura e histórias de um dos mais tradicionais cemitérios da capital. Por cerca de 3 horas, os participantes se envolvem com curiosidades e visitam túmulos de personalidades como Irmã Benigna, políticos como Otacílio Negrão de Lima, Raul Soares e Olegário Maciel, entre outros. 

“Quem for à visita guiada vai encontrar um espaço singular, com um acervo riquíssimo que não pode ser visto em outro lugar. Também vai conhecer histórias ímpares do ponto de vista etnográfico e religioso, como os túmulos de devoção marginal, aquelas que não são oficializadas pela igreja”, diz a organizadora da visita, Marcelina Almeida, 

As visitas acontecem duas vezes por mês, entre fevereiro e novembro de cada ano. O calendário com as datas pode ser consultado no site www.pbh.gov.br/parques.

Os interessados em participar da visita devem se inscrever, sem custo, pelo e-mailagendaparques@pbh.gov.br ou pelo telefone (31) 3277-5398. (*) Com informaçõs da PBH

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