Bota-foras clandestinos na BR-040 com os dias contados

Alberto Sena - Hoje em Dia
26/10/2013 às 08:15.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:39

(Toninho Almada)

A Prefeitura de Belo Horizonte, por intermédio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, vai decretar guerra aos bota-foras irregulares mantidos às margens das rodovias federais que cortam a cidade.

Na próxima semana, o secretário Municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros vai se encontrar com o colega de Nova Lima, Roberto Messias Franco, e com agentes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a fim de discutir uma ação conjunta para acabar com o que chamou de “crimes ambientais”.

Segundo Malheiros, o que se vê na BR-040 é “horroroso e detona a boa fama da cidade”. Entretanto, o problema não é uma questão meramente visual. O mais sério desse tipo de comportamento irregular é o risco de o lixo jogado em lugares impróprios contaminar o solo, ser levado pela água da chuva e comprometer lençóis freáticos e o manancial da Copasa.

Fiscalização

A responsabilidade pela fiscalização do que acontece nas estradas federais é do Dnit, mas, segundo Malheiros, o Dnit não fiscaliza. Para ele, seria fácil identificar de onde vêm o entulho e o lixo. A fim de combater esse tipo de ação, o secretário acionará a Delegacia de Crimes Ambientais Urbanos.

O secretário denunciou a situação “pavorosa” nas estradas na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Ele se mostrou envergonhado com a quantidade de detrito jogado clandestinamente nos acostamentos das estradas, principalmente na BR-040, nas proximidades do bairro Jardim Canadá e do viaduto da Mutuca.

“Não sabemos, mas em meio aos entulhos pode haver também lixo hospitalar, o que aumenta os riscos de contaminação.

Evento

O secretário fez o alerta ainda a tempo de tomar uma atitude coercitiva, tendo em vista a Copa do Mundo, em junho de 2014, quando a cidade receberá visitantes de toda a parte do planeta.

Presidente do IAB pede fiscalização

A presidente do Instituto de Arquitetura do Brasil (IAB-MG), Rose Guedes, ressalta a falta de respeito com a cidade em relação a quem joga entulho nas margens das rodovias. “Isso compromete o ambiente e a saúde. É uma questão sanitária”.

Para Rose, é preciso fiscalização. “Os responsáveis precisam monitorar esses locais diuturnamente, com câmeras ou vigia físico”. 

Além disso, afirma a presidente do IAB, os responsáveis pela sujeira precisam ser
punidos com rigor.

Entulho deixa estrada ainda mais perigosa

A reportagem do Hoje em Dia constatou na BR-040 o que tanto envergonha o vice-prefeito e secretário de Meio Ambiente da capital. O primeiro bota-fora está próximo a uma placa que anuncia “Minas Radical/Alphaville a 13 km”. Além de restos de construção civil, no local são encontrados também colchão, aparelhos de televisão, plásticos, garrafas PET e sacos cheios de detritos.

Poucos metros adiante, próximo a uma placa que anuncia a quilometragem até Congonhas, Ouro Preto, Juiz de Fora e Rio de Janeiro, o que poderia ser um barranco é, na verdade, um monturo formado por entulhos de construção. Esse é mais antigo do que o anterior, porque nele crescem exuberantes pés de mamona e mato.

500 metros

Adiante, perto de uma placa que informa “Posto Chefão a 500 metros”, próximo a um ponto de ônibus, outro monturo é visto no canteiro que divide as pistas. Ao lado do ponto de ônibus, veem-se garrafas PET e plásticos.

Situação semelhante foi encontrada ainda na BR 040, no sentido de quem vai para Brasília. Nas proximidades da Ceasa, há um sofá vermelho ainda em boas condições e muito entulho de construção.

Em outro ponto, a quantidade de entulho é tão grande que ocupa meia pista, obrigando os motoristas a desviar os carros.
 

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