O motorista da carreta envolvida no grave acidente na BR-116, em Teófilo Otoni, que terminou com a morte de 39 pessoas, teve a prisão decretada pela Justiça nesta terça-feira (21). A decisão, assinada pelo juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca da cidade do Vale do Mucuri, foi embasada em exames que comprovaram o uso de álcool, ecstasy e cocaína pelo caminhoneiro.
O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), confirmou, nas redes sociais, a prisão do motorista, realizada pela Polícia Civil no Espírito Santo. A decisão de prender o suspeito se deu após a revisão da medida cautelar anterior, que havia concedido a liberdade provisória.
"Usando de alta tecnologia, a investigação apontou que o condutor estava sob efeito de substâncias ilícitas. Em Minas, não há impunidade", postou o governador no "X".
Irresponsabilidade e imprudência
A investigação apontou uma série de irregularidades cometidas pelo motorista, como o excesso de velocidade, o sobrepeso da carga e a jornada exaustiva de trabalho. Além disso, o caminhoneiro se negou a disponibilizar seu celular para análise e demonstrou falta de colaboração com as investigações.
Segundo o magistrado, o motorista assumiu riscos desnecessários, colocando em perigo a vida de outras pessoas. A combinação de álcool, drogas e imprudência ao volante foi o fator determinante para a tragédia.
Histórico de infrações
A decisão judicial também levou em consideração o histórico do motorista, que já havia sido abordado por policiais com sintomas de embriaguez em outras ocasiões. Essa reincidência, aliada à gravidade do acidente, pesou na decisão de decretar a prisão preventiva.
A tragédia
O acidente ocorreu na madrugada do dia 21 de dezembro, quando a carreta, carregada com um bloco de granito, colidiu com um ônibus. A força do impacto causou a morte de 39 pessoas e deixou várias feridas. A tragédia chocou o país e gerou grande comoção.
Os corpos, segundo a superintendente da Polícia Técnico-Científica, Thales Bittencourt de Barcelos, foram identificados por meio de três métodos principais, sendo 22 por exames de DNA, 13 por papiloscopia (impressão digital), e quatro por odontologia legal.
A maioria ficou presa às ferragens e teve os corpos carbonizados.
Um terceiro veículo, um carro de passeio, que vinha atrás do ônibus, também se envolveu no acidente, mas os ocupantes do tiveram ferimentos leves. O ônibus de transporte interestadual, pertencente à empresa Emtram, tinha saído de São Paulo (SP) com destino a Elísio Medrado (BA).
O motorista da carreta que se envolveu no acidente prestou depoimento à Polícia Civil e foi liberado em seguida.
Quais as causas do acidente
A hipótese de que o acidente foi causado pela estouro do pneu do ônibus é uma das linhas de investigação. A outra é que a carreta estava com excesso de peso, em alta velocidade, e que, na altura do distrito de Lajinha, um bloco de granito se soltou, caindo na pista para, em seguida, ser atingido pelo ônibus.