Construir uma casa na árvore deixou de ser apenas um sonho de criança para tornar-se um negócio real – e sofisticado. Modernizadas, as “obras” de hoje possuem sistemas elétrico e hidráulico, playground integrado, decoração e capacidade para comportar até adultos, que realizam o próprio desejo por meio de filhos e netos. A “brincadeira” ficou tão séria que chega a custar R$ 40 mil, conforme o projeto.    De acordo com a arquiteta Suzana Cadaval, proprietária da Suzana Cadaval Parques Infantis, as cabanas suspensas, como também são chamadas, lideram as vendas da empresa e vêm conquistando cada vez mais espaço. “As pessoas querem sair do quarto certinho e ir para um ambiente natural, rústico, fora do apartamento. Como todos os adultos têm uma criança interna, vejo que eles também curtem”, diz Suzana, relembrando o caso de um avô que transformou a casinha na árvore do neto no próprio refúgio.   Saudosismo No prédio em que mora a dentista Lívia Campos, no bairro Luxemburgo, região Centro-Sul de Belo Horizonte, aproximadamente 50 crianças compartilham o espaço, construído há cerca de um ano e meio, atendendo a pedidos. Atualmente, ele é destino certo da meninada, principalmente em períodos de férias escolares.   “Colocamos a casinha na árvore como prioridade do condomínio, justamente por ser muito significativa e oferecer a possibilidade de contato com a natureza. Ela remete à aventura e é muito bonitinha”, destaca a moradora, que tem três filhas, de 14, 12 e 5 anos.   No caso de Wanda Fernandes, auditora da Receita Federal, a cabana suspensa do filho de 9 anos foi construída na casa de campo da família, em Lagoa Santa, região metropolitana. E foi ela a mais entusiasmada com a novidade.   “Eu, que sempre morei em apartamento, olhei para a casinha e pensei ‘nossa, eu queria uma dessa para mim’. Foi a primeira coisa que me veio à cabeça”, diverte-se.   A administradora Sandra Maciel mora em BH, mas optou por montar uma casinha em Bandeirantes, no Paraná, onde ela passa férias com os filhos de 9 e 3 anos.    “Fui saber que elas estavam tão modernizadas assim depois que cheguei na loja e vi que era uma construção mesmo, resistente a sol e chuva. Agora, é o primeiro lugar em que as crianças levam os amiguinhos. Lá, eles são os anfitriões”, conta Sandra.   Sucesso Segundo Relder Lima, proprietário da Pra Brincar Playgrounds, esse apelo emocional que as casinhas têm resulta em atendimentos em várias partes do Brasil. Ele calcula que 20% de todo o trabalho feito na empresa correspondam às cabanas suspensas, cujo preço inicial é de R$ 14 mil.   “As casas são completas, de acordo com o gosto do cliente. Alguns escolhem até os lustres. O diferencial é que, hoje, construímos todas em conformidade com as normas técnicas de segurança para crianças”, afirma Lima.  

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