Bruno fala sobre o comportamento dominante de "Macarrão"

Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
06/03/2013 às 15:34.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:38
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

Em uma parte de seu depoimento, no terceiro dia de julgamento, o goleiro Bruno Fernandes contou sobre o comportamento de seu amigo e braço-direito, Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", que estaria cada vez mais dominador na administração do dinheiro e da vida do réu.

O goleiro disse que "Macarrão" cuidava de suas finanças e era responsávelo por todos os pagamentos. "Eu tinha pouco tempo para usufruir das minhas coisas, eu ficava mais dentro de um hotel do que em casa ou com o meu carro", afirmou.

O réu contou ainda que, em uma certa ocasião, percebeu que sua noiva, a dentista Ingrid Oliveira, estava triste, mas que não sabia qual era o motivo. Ela teria reclamado que não tinha mais liberdade nem mesmo dentro de casa, por causa das atitudes de "Macarrão". "Ela morou por quatro meses lá, mas se mudou por ter se sentido incomodada e se sentindo sem liberdade na casa", disse Bruno.

No dia 4 de junho, ele teria ido para uma praia com Ingrid, antes da concentração para uma partida de futebol, local onde o casal costumava ir. Lá, o celular dele passou a tocar várias vezes, o que o levou a desligá-lo. Insistente, "Macarrão" ligou até para o celular de Ingrid. Bruno viu quem era e atendeu. Do outro lado, "Macarrão" teria falado: "Preciso resolver um problema essa noite", disse.

"Macarrão" estava com o primo de Bruno, Jorge Luiz, na época menor de idade. Conforme Bruno, "Macarrão" disse que precisava do carro do goleiro, que estava estacionado em um posto de combustível a nove quilômetros da praia. Ele e a dentista foram no carro dela até o posto e ele entregou a chave de seu automóvel nas mãos de Luiz Henrique.

"Macarrão" e Jorge não contaram qual era o tal problema que tinham para resolver. Depois disso, Ingrid deixou Bruno no hotel Windsor. O réu  disse que após ser deixado no hotel, ele tentou falar várias vezes com "Macarrão" e com Jorge, mas ambos não atenderam.

No dia seguinte, por volta das 8 horas, o "Macarrão" - que tinha tráfego livre no hotel por ser considerado "irmão" de Bruno - contou o que tinha ocorrido. Naquela manhã, o braço-direito falou com o goleiro que o problema que ele tinha era com Eliza Samudio. Segundo o braço-direito, a modelo tinha ameaçado falar com o jornal Extra sobre o não pagamento da pensão alimentícia de Bruninho. O goleiro admitiu ainda que não arcava com todas as despesas, mas ajudava sim.

Porém, na noite em que "Macarrão" pegou o carro com o goleiro, Eliza e Jorge tiveram um desentendimento e trocaram socos dentro do veículo. Ao ouvir esse relato de "Macarrão", Bruno teria dito: "Eu já estou respondendo um processo, e agora vocês me trazem mais problemas. Olha o que vocês estão fazendo...". O amigo tentou tranquilizar o atleta e disse "Vai jogar bola, vai para o seu jogo". Segundo o goleiro, ele fez uma péssima partida porque não estava focado.


Bruno disse ainda que na noite em que "Macarrão" e Jorge buscaram Eliza no hotel onde ela estava hospedada ele  viu um ferimento na cabeça de Eliza. Questionando os amigos, Jorge confessou que bateu na ex-amante do atleta. O goleiro garantiu que repreendeu o primo e chegou a bater nele por causa da agressão à ex-modelo. Bruno disse também que perguntou se ela queria ir ao médico, mas ela se recusou, pedindo apenas para comprar um remédio para dor de cabeça.   Ele contou que saiu em sua BMW e comprou medicamento em uma farmácia. Voltando para casa, o próprio atleta disse que fez o curativo na ex.   Acordo   Eliza disse que fez um acordo com "Macarrão" em que ela receberia R$ 50 mil, mas Bruno teria dito a ela que só tinha disponível R$ 30 mil. Ela alegou, segundo Bruno em seu depoimento, que o dinheiro seria usado para arcar com despesas pessoais.    Já Bruno teria dito que precisaria de um tempo para conseguir todo o dinheiro. Neste momento, Eliza teria dito que sabia que o goleiro tinha o valor disponível e se propôs a ir para Minas Gerais, junto com "Macarrão" e Bruno. "Não confio em você. Vou para Minas para receber o dinheiro", teria dito Eliza.    O atleta esclareceu ainda que Eliza não confiava nele por causa de um acordo fechado com ela em que ele depositaria mensalmente R$ 3 mil na conta bancária da mulher, o que não acontecia. Segundo o Bruno, seus funcionários não cumpriram a ordem do atleta.

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