A missão de 11 cães labradores criados desde filhotes pelo canil da Polícia Militar seria farejar drogas e identificar materiais explosivos em operações especiais. Porém, de nada adiantou o treinamento rígido na corporação: o que prevaleceu no comportamento desses animais foi o traço brincalhão característico da raça. Por falta de “aptidão”, todos acabaram reprovados.

A carreira de policial ficou para trás, mas nenhum dos “lambões” terá motivo para uivar de tristeza. Com o leilão promovido pela PM, os labradores ganharão uma vida de “sombra e água fresca” na casa de gente comum, com todos os mimos que uma bicho de estimação merece.

Até entidades protetoras dos animais interferiram para garantir o futuro dos labradores. O leilão aconteceria nesta quinta-feira (10), contudo, o processo foi suspenso depois de ativistas solicitarem mudanças no edital.

“O grupo pontuou algumas considerações para saber se os cães seriam bem cuidados. Como temos responsabilidade com os animais, optamos por acatar as sugestões”, informou o major Cinério Gomes, comandante da Rondas Ostensivas com Cães (Rocca).

Dentre os itens exigidos está uma visita semestral aos cachorros por parte da entidade protetora dos animais. Até a modificação do edital, o leilão estará suspenso, mas a retomada deve acontecer em breve. Os lances mínimos irão variar entre R$ 130 e R$ 150. “Enquanto isso, ele continuam conosco no canil”, destacou.

Doação

O comandante explicou que, por ser bem do Estado, os cães têm de ser alienados. Entretanto, o setor jurídico da PM estuda uma forma de realizar, futuramente, a doação de cachorros reprovados no “estágio probatório”.

Os cães que irão a leilão (seis machos e cinco fêmeas) têm entre 3 e 5 anos. De acordo com o major Cinério, eles são saudáveis, dóceis e brincalhões.

67 cachorros atuam na PM em BH, dois deles doados pelo exército dos estados unidos