Mais de mil cães abandonados invadem as ruas do Jardim Canadá, em Nova Lima, deixando os moradores incomodados e assustados. Os animais foram largados pelos donos às margens da BR-040. Os que não morreram atropelados buscaram refúgio no bairro, onde se multiplicam e se tornam problema de saúde pública, devido ao risco de proliferação de doenças entre os animais e a comunidade.

A ativista Adriana Cristina Araújo, do Movimento Mineiro pelos Direitos dos Animais, diz que, além desse, há quatro pontos de “desova” de cachorros nos arredores da capital: Cidade Administrativa, Ceasa-MG e estradas de São Sebastião das Águas Claras (Macacos) e Nova Lima.
O abandono de cães costuma aumentar no fim do ano, devido às férias. Em vez de arranjar quem fique com os animais, muitos proprietários optam pela “desova”.

Integrantes do Instituto Casa Branca (ICB), presidido pelo psicólogo Marco Antônio Azevedo, tentam, há três meses, conter a multiplicação dos cachorros no Jardim Canadá. Eles são recolhidos, tratados e esterilizados com a ajuda da ONG SOS Bichos e de moradores. Até agora, houve 25 castrações.

Desprezados

O tratamento é feito pela veterinária Lorena Ferreira Amaral, contratada pelo projeto “Cães de Jardim”. Os cachorros ficam por uma semana nos canis do ICB, construídos com doações de empresários e da comunidade, à espera de adoção. Os que não são escolhidos nesse período voltam para a rua.

O acolhimento dos “rejeitados” é outro problema. O interesse por eles é pequeno e, mesmo com anúncios na internet, só os mais novos costumam ganhar um novo lar. Os demais, também vacinados e vermifugados, em geral são preteridos mais uma vez.

O ICB funciona, desde 2010, no condomínio Casa Branca, em Brumadinho, onde atua na proteção à fauna e à flora e incentiva a guarda responsável. Segundo Lorena Amaral, desde a criação foram esterilizados 450 cães. Os gastos chegam a R$ 2 mil por mês.

O Hoje em Dia tentou contato com a Divisão de Zoonoses da Prefeitura de Nova Lima, mas não teve resposta.
 

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